Região

Beiras e Serra da Estrela estagna no Índice Sintético de Desenvolvimento Regional

Escrito por José Daniel

CIMBSE continua a ser a NUT III do interior melhor classificada no ISDR, com o qual o INE avalia o desenvolvimento regional nas componentes da competitividade, coesão e qualidade ambiental.

A Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) estava entre as menos competitivas do país em 2016, era medianamente coesa e estava entre as melhores regiões portuguesas em termos de qualidade ambiental, apesar de ter caído dois lugares. Este é o retrato traçado pelo Índice Sintético de Desenvolvimento Regional (ISDR), divulgado na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este indicador é publicado anualmente desde 2011 e mede a evolução das 25 sub-regiões portuguesas (regiões autónomas incluídas) em termos de competitividade, coesão e qualidade ambiental. Apesar das pequenas variações a cada ano, a conclusão é sempre a mesma: as regiões mais competitivas estão no litoral e as menos desenvolvidas ficam no interior, onde se registam também os melhores índices ambientais. É assim com a CIMBSE, que se mantém na décima posição do ranking global com um índice de 97,01 – a média nacional do ISDR é 100 – e continua a ser a NUT III do interior melhor classificada. No entanto, a performance da região baixou ligeiramente face a 2015, quando era de 97,58, ano em que também diminuiu relativamente a 2014 (oitavo lugar e ISDR de 97,89).

Sectorialmente, as Beiras e Serra da Estrela registaram a pior classificação no índice de competitividade com o 19º lugar em 25 sub-regiões com um ISDR de 86,42. Apesar de ter uma pontuação mais baixa que em 2015, quando era de 87,35, a região subiu um lugar nesta área. Na coesão a CMBSE desceu dois lugares comparativamente a 2015, ocupando a 14ª posição com 97,33. A mesma “queda” verificou-se na qualidade ambiental, onde esta NUT que junta municípios do distrito da Guarda e da Cova da Beira caiu de terceiro para quinto com um ISDR de 108,40. Apesar disso, as Beiras e Serra da Estrela permanece no “top ten” do Índice Sintético de Desenvolvimento Regional e é a melhor classificada do arco do interior, à frente de sub-regiões como a de Terras de Trás-os-Montes (11ª e ISDR de 96,78), Beira Baixa (19ª com 94,62), Viseu Dão Lafões (20ª e 93,74) e Douro (32ª com 91,41).

Em termos da região Centro, cuja média de ISDR é 97,46, a CIMBSE é a quarta melhor NUT atrás da comunidade a Região de Aveiro (1ª com 100,49), Região de Leiria (2ª com 99,22) e Região de Coimbra (3ª com 98,74). Já a nível nacional, o índice revela que há apenas quatro sub-regiões acima da média nacional (100) do ISDR. São elas as áreas metropolitanas de Lisboa (106,59) e Porto (101,30), Região de Aveiro (100,49) e Cávado (100,18). Relativamente a 2015 saíram do pelotão da frente as sub-regiões do Alto Minho e da Região de Leiria, tendo entrado a NUT III do Cávado. Segundo o INE, o ISDR baseia-se num modelo concetual que estrutura o desenvolvimento regional nas componentes da competitividade, coesão e qualidade ambiental. O critério da qualidade ambiental reflete «as pressões exercidas pelas atividades económicas e pelas práticas sociais sobre o meio ambiente e as consequentes respostas económicas e sociais em termos de comportamentos individuais e de implementação de políticas públicas».

Já o indicador da competitividade pretende «captar o potencial (recursos humanos e infraestruturas físicas) de cada sub-região, assim como o grau de eficiência na trajetória seguida (educativa, profissional, empresarial e produtiva) e ainda a sua eficácia na criação de riqueza e na capacidade demonstrada pelas empresas para competir no contexto internacional». Por último, o índice da coesão procura refletir «o grau de acesso da população a equipamentos e serviços coletivos básicos de qualidade, bem como os perfis conducentes a uma maior inclusão social e eficácia nas política públicas traduzida no aumento da qualidade de vida e na redução da disparidades territoriais».

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José Daniel

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