Região

Barragens de Santa Maria de Aguiar e da Coriscada candidatas ao Plano Nacional de Regadios

Projetos vão permitir aumentar a produção agrícola dos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo e da Mêda

Há muito que por Figueira de Castelo Rodrigo se espera que a barragem de Santa Maria de Aguiar seja usada pelos agricultores para regadio. Este foi um dos vários pedidos de Paulo Langrouva ao primeiro-ministro e ao ministro da Agricultura, que visitaram a Adega Cooperativa local na sexta-feira.
Capoulas Santos ouviu e discursou para dizer “sim”. Segundo o governante, «a barragem estava bloqueada pelo ministério do Ambiente, mas chegámos a acordo», revelou, adiantando que isso permite candidatar a albufeira ao Programa Nacional de Regadios «num investimento de 12,4 milhões de euros». O ministro avisou, no entanto, que este investimento «não é garantido, mas há a possibilidade de o candidatar». O mesmo anúncio tinha sido feito horas antes, na visita à produtora de vinho Quinta do Vale d’Aldeia, na Mêda, mas para a barragem da Coriscada. Com um investimento de 14 milhões de euros, o projeto permitirá irriga 210 hectares e abrangerá 162 proprietários. Em Figueira, Paulo Langrouva sugeriu ainda que fossem cedidas ao município as instalações do antigo centro agrícola da vila para que ali «possa ser dada formação aos agricultores e produtores» do concelho. Um anseio também atendido pelo titular da pasta da Agricultura, que anunciou que o espaço será cedido «desde que seja apresentado um projeto». O ministro acrescentou que será também analisada «a possibilidade de integrar as instituições do sistema nacional de ensino como ensino profissional».
Mas nem todos os pedidos foram atendidos. Sem resposta ficou o pedido de reversão do encerramento dos Correios, que «não estão a cumprir a proteção do interesse público», acusou o edil, que alertou também para a necessidade de mais médicos. De volta à agricultura, com uma ocupação agrícola de 8 mil hectares, o presidente do município sublinhou que o apoio a este setor tem «uma importância social, económica e cultural», sendo que «os produtos da terra são a alavanca de desenvolvimentos do nosso concelho». E grande parte dessa importância está na produção de vinho, pois só a Adega distribui, num ano, «dividendos de mais de dois milhões de euros», revelou o presidente da cooperativa figueirense. É também através do vinho que o concelho atravessa fronteiras: «Fomos pioneiros nos mercados da Coreia do Sul», lembrou António José Madeira, destacando que «25 por cento dos néctares produzidos são exportados».
E num concelho vizinho de Espanha foi inevitável para António Costa falar das relações transfronteiriças, vendo na fronteira «um ponto de ligação». O primeiro-ministro adiantou que na Cimeira Luso-Espanhola a realizar na Guarda, em junho, um dos temas a discutir será definir «quais as intervenções que podem ser feitas nas infraestruturas rodoviárias, fluviais e ferroviárias para reforçar» a ligação transfronteiriça. O chefe do Executivo abordou ainda a questão do investimento empresarial, cujo apoio foi reforçado com cinco mil milhões de euros, sendo que desses «1,7 mil milhões de euros só podem ser utilizadas por empresas nos territórios de baixa densidade».

Sobre o autor

Ana Eugénia Inácio

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