Região

Autarca de Belmonte quer estação de comboios a funcionar

Esatção
Escrito por Efigénia Marques

Edifício e bilheteira continuam fechados um ano depois da reabertura do troço Guarda-Covilhã da Linha da Beira Baixa

O presidente da Câmara de Belmonte quer explicações do Ministério das Infraestruturas sobre o facto da estação ferroviária que serve o concelho e Manteigas nunca ter aberto depois de concluídos os trabalhos de requalificação da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e a Guarda.
«O que é que estão a fazer pelo interior? Até agora, não vi fazerem nada». É uma das críticas deixadas por António Dias Rocha ao Governo, durante a reunião do executivo da semana passada. O autarca lamenta que «numa linha que reabriu há um ano e registou mais de 25 mil passageiros no troço entre Guarda e Covilhã não exista um investimento adequado» e questiona «como é possível que a bilheteira da estação da CP de Belmonte nunca tenha aberto as portas?». O edil socialista chegou mesmo a contar um episódio que presenciou, quando um familiar de Lisboa procurou comprar bilhete para a viagem de volta. «Fui às 18h30 à estação da Covilhã e estava lá uma folha a dizer que abria das 7h30 até às 11 horas e das 12 às 15 horas. Isto numa cidade universitária com a importância da Covilhã? Mas isto é possível? Mas somos doidos? Gastamos milhões e milhões e a estação Belmonte nunca abriu e a da Covilhã abre três horas de manhã e duas horas à tarde. Mas somos loucos?», criticou.
António Dias Rocha denuncia também o facto de «pedirem às pessoas para recorrerem à Internet, mas como fazem os nossos idosos?», interroga. «Tenho imenso respeito pelo meu partido, o PS, e pelo Governo, mas que olhem pelo interior porque não estamos longe, estamos a apenas duas horas de Lisboa», desafia. O autarca belmontense pergunta mesmo «que raio de defesa é esta do interior? O que está a ser feito pelo interior? Será que é da grande fatia de dinheiros europeus que vamos ter um privilégio de termos mais dinheiro que os outros? Não vamos ter nada. Até agora não vi nada, não vi e não sinto», lamentou.
O jornal O INTERIOR solicitou esclarecimentos à Infraestruturas de Portugal e à CP sobre a situação denunciada por Dias Rocha nas duas estações de comboios de Belmonte e Covilhã, sendo que, até ao fecho desta edição, apenas o gabinete de comunicação da CP – Comboios de Portugal respondeu. E para dizer que, relativamente a Belmonte «a mesma se encontra fechada, pelo que, as bilheteiras que fazem parte do edifício também não estão abertas, sendo que a gestão da estação é do âmbito de competências da Infraestruturas de Portugal». Na mesma nota, a CP informa ainda que «as bilheteiras da estação da Covilhã não funcionam em horário reduzido, o horário é 7h20-19h10 e, quando existe necessidade de destacar pessoal de outras bilheteiras para esta, podem ocorrer variações no seu horário de funcionamento, tal como aconteceu no dia 4 de junho de 2020». Nesse dia, «devido à ausência de um trabalhador, o horário de funcionamento foi das 7h20 às 11 horas e das 11h30 às 15 horas».

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Efigénia Marques

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