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Associação Veredas da Estrela quer prevenir incêndios

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Escrito por Efigénia Marques

Residentes de Freixo e Figueiró da Serra, no concelho de Gouveia, organizam ações de voluntariado para proteger a Serra da Estrela

Em Figueiró e Freixo da Serra, no concelho de Gouveia, a comunidade juntou-se e criou a associação Veredas da Estrela para trabalhar na reflorestação, na prevenção de incêndios e dar apoio aos pastores e comunidade em geral.
A associação tem cerca de «60 membros» e nasceu «depois dos incêndios de 2022, pelo choque de ver um segundo incêndio num espaço de cinco anos», explica a sua presidente, Corinna Lawrenz. «Os nossos objetivos são essencialmente trabalhar na reflorestação do território e na prevenção de incêndios», mas procuram também «manter a vida nas aldeias, fixar pessoas e atrair novos residentes», adianta a responsável. Os membros da Veredas da Estrela, são, na sua maioria, residentes em Freixo e Figueiró da Serra, «os que aqui nasceram e quem se mudou para cá», acrescenta. A dirigente adianta que apoiar a atividade pastorícia também é um dos objetivos iniciais porque «são estas pessoas que lidam todos os dias com o território» e só uma «comunidade ativa consegue fixar pessoas e acolher novas».
Há várias associações preocupadas com a reflorestação e prevenção do território da Serra da Estrela. Para Corinna Lawrenz, «é importante haver diferentes associações ligadas a um sítio em específico. As medidas pós-incêndio são muito generalizadas e pouco adaptadas à realidade de cada zona». Na sua opinião, são as associações locais que «podem fazer um trabalho a partir da comunidade e é importante trabalhar em rede e parceria com outros». Até agora, os membros da Veredas da Estrela já realizaram duas ações de voluntariado, uma nas Lagoas de Figueiró e outra numa antiga vereda, no lugar das Regadas, em Freixo da Serra que, futuramente, vai integrar uma rota pedestre oficial.

Corinna Lawrenz é alemã, mas mudou-se para Figueiró da Serra

Natural da Alemanha, Corinna Lawrenz mudou-se para Portugal para tirar mestrado em Programação de Cinema, em Lisboa, mas a capital deixou de interessar-lhe.
«A transformação de Lisboa num sítio mais turístico e com menos qualidade de vida fez com que decidisse andar pelo país inteiro… e em Figueiró houve qualquer coisa que nos disse que ficávamos ali», recorda. A primeira visita aconteceu em 2017, «ainda antes do primeiro incêndio e acho que foi uma das razões pelas quais sinto urgência em defender este território, porque vi como estava antes… Era um território muito verde, cheio de castanheiros e carvalhos antigos», sublinha.

Sofia Pereira

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Efigénia Marques

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