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Amigos da Serra da Estrela apresentam propostas para Vale de Amoreira

Fogo
Escrito por Efigénia Marques

Associação sugere requalificar o açude de Vale de Amoreira para «proteger» a aldeia da força das águas do Zêzere e criar um passeio suspenso sobre o rio

Depois dos incêndios de agosto, a localidade de Vale de Amoreira, no concelho de Manteigas, foi atingida por uma enxurrada que deixou prejuízos de «milhares e milhares de euros», segundo Flávio Massano, autarca manteiguense.
Entre «casas, telhados, muros, vedações e imóveis arrastados para a ribeira, há muitos estragos que ficaram por resolver», recorda também José Maria Saraiva, presidente da associação Amigos da Serra da Estrela (ASE), entidade que já apresentou uma proposta de intervenção no local à Junta de Freguesia de Vale de Amoreira. «A ideia que apresentámos não tem nada que ver com o incêndio e também não vai resolver problema nenhum relativamente à questão das enxurradas também», começa por dizer, adiantando que, tendo em conta a «localização e a situação em que a aldeia se encontra em relação ao rio, a exposição solar não tem sido aproveitada».
O dirigente da ASE, que está sediada em Manteigas, considera mesmo que a «retificação da estrada nacional em Vale de Amoreira aumentou o risco de perigo tanto para os transeuntes, como para os veículos». Já o município construiu um pontão para «ligar as pessoas que vivem em frente a Vale de Amoreira de forma mais curta à aldeia, num local onde já havia um açude que faz parte do sistema de regadio», recorda. É este açude que José Maria Saraiva considera que deve ser recuperado, «uma vez que Zêzere corre colado a Vale de Amoreira, as infraestruturas estão na proximidade do rio, o paredão serve de suporte à estrada e às águas e a localidade ficaria mais protegida se o açude fosse recuperado», sugere.
«Aquele açude pode ser uma autêntica praia porque as pessoas ficam com a exposição solar a sul – que é interessante – e podem ficar com uma massa de água com quase 500 metros de extensão que dá para fazer atividades associadas à água», acrescenta o presidente da ASE. Quanto à requalificação feita depois das enxurradas, a associação considera que «o gradeamento que a Infraestruturas de Portugal colocou em Vale de Amoreira é perigoso, uma vez que corta a visibilidades aos automobilistas e não permite que as pessoas passeiem ao longo da estrada porque não há passeio». Assim, o dirigente propõe que se faça «um passeio suspenso aproveitando as próprias grades – se for possível, que dará acesso à praia e ao rio e será também um miradouro para o Zêzere».
Para José Maria Saraiva, esta intervenção proposta é, «em termos práticos, uma coisa simples, não é uma obra assim tão cara» se a Infraestruturas de Portugal, a Câmara de Manteigas e a Junta de Freguesia de Vale de Amoreira «se unirem».

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Efigénia Marques

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