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Aldeias de Montanha com boas previsões para o período da Páscoa

Aldeias
Escrito por Efigénia Marques

Atividades tradicionais, pedestrianismo, turismo de natureza e bem-estar são os principais atrativos desta rede de 41 localidades de nove municípios da região serrana

Depois de uma quebra devido à pandemia, a rede das Aldeias de Montanha prevê uma retoma da procura turística já neste período da Páscoa. Para a Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede de Aldeias de Montanha (ADIRAM), as previsões «são boas» e os alojamentos «estão completos».
«Muitos alojamentos estão a pedir que as reservas sejam feitas com estadia mínima de três noites e verifica-se que esta dependência do fator neve está a atenuar-se. Ou seja, a neve já não é o principal atrativo da Serra da Estrela, é mais um atrativo mas não é o principal», sublinha a coordenadora técnica da ADIRAM, Célia Gonçalves. Durante a quadra pascal são várias as atividades disponíveis para quem visita a região serrana, desde pastelaria a passeios, há de tudo um pouco nas Aldeias de Montanha. Neste leque de iniciativas, Célia Gonçalves destaca a oficina de conceção de bolos e folares da Páscoa em Videmonte (Guarda), onde os visitantes poderão estabelecer «maior contacto com a autenticidade e genuinidade do território».
Mediante reserva prévia, a empresa “Vim do Monte”, parceria da ADIRAM, proporciona aos interessados a experiência de fazer bolos e folares de Páscoa. «Achamos que é muito interessante porque são tradições que estão no território, mas muitas vezes não estão no ciclo económico, ou seja, as pessoas não sabem como ter acesso a estas experiências», refere a coordenadora técnica. Nas Aldeias de Montanha existe ainda a possibilidade dos visitantes alugarem bicicletas elétricas para passeios na região, enquanto as atividades da Quaresma e da Semana Santa são outras apostas. Por exemplo, na vila de Loriga (Seia), realiza-se a “Ementa das Almas”: «Todas as madrugadas de sexta-feira para sábado, às 2 da manhã, os homens cumprem esta tradição, mas há também a via sacra e a procissão do enterro do senhor, com acompanhamento da banda filarmónica local», sublinha Célia Gonçalves.
Contudo, também a oferta turística da região está agora mais direcionada para o turismo de natureza e de lazer, bem como para o bem-estar e a medicina regenerativa, em unidades hoteleiras com spas e serviços de massagens terapêuticas. A responsável destaca as Casas da Lapa, o primeiro hotel cinco estrelas em contexto de aldeia que fica na Lapa dos Dinheiros (Seia) ou o New Live Portugal, «um hotel com um contexto “antisstress” em Folgosinho (Gouveia)». A retoma do setor tem sido significativa, mas «ainda se verifica que as reservas de dois ou três dias são feitas muito em cima da hora, o que tem a ver com a instabilidade que se vive atualmente. Se calhar há dois anos eram feitas com um ou dois meses de antecedência», lamenta a coordenadora da ADIRAM.
Apesar desta instabilidade, Célia Gonçalves revela que já começam «a aparecer reservas para o Verão, para estadias mais prolongadas, de uma e duas semanas, o que também é muito interessante». Nesses meses, os maiores atrativos da região são «as extraordinárias praias fluviais, que são uma grande aposta dos municípios e das Aldeias de Montanha, que têm hoje em dia condições de excelência para atrair turistas durante o Verão», destaca. Há também os percursos perdestes, cada vez mais procurados «não só por uma elite ligada ao pedestrianismo, mas também por outras pessoas e são cada vez mais os visitantes que vêm fazer esses trilhos num território que possibilita experiências diversificadas», sublinha a responsável. A rede das Aldeias de Montanha integra 41 localidades de nove municípios da região da Serra da Estrela, como Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia.

 

Emanuel Brasil

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Efigénia Marques

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