Uma jovem de 17 anos morreu na passada quinta-feira na sequência dos ferimentos sofridos após ter embatido numa porta de vidro da Secundária de Seia, que se estilhaçou e atingiu Mariana Cruz em várias partes do corpo.
O alerta foi dado ao princípio da tarde e quando os meios de socorro chegaram à escola a vítima estava em paragem cardiorrespiratória e apresentava «ferimentos graves no tórax», disse Marco Teixeira, segundo comandante dos bombeiros de Seia. Dada a gravidade das lesões foi acionado o helicóptero do INEM, que chegou a aterrar no recinto da escola, mas a estudante acabou por ser encaminhada para o hospital da cidade por decisão médica. Segundo fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil das Beiras e Serra da Estrela, elementos dos bombeiros de Seia e do INEM tentaram manobras de reanimação no local e durante o transporte para o Hospital de Nª Senhora da Assunção, mas sem sucesso.
No local estiveram também a GNR, a VMER, os serviços municipais de proteção civil e uma equipa de psicólogos que prestou apoio a alguns elementos da comunidade escolar. Devido ao acidente as aulas foram suspensas e os alunos mandados para casa. A Polícia Judiciária também foi acionada e das investigações realizadas afastou a intervenção de terceiros no caso. Uma conclusão também confirmada pela autópsia, que atribuiu a causa da morte a perfurações no pulmão, segundo noticiaram a TVI e a SIC. O funeral de Mariana Cruz decorreu no domingo em Vila Verde, localidade do concelho de Seia de onde era natural.
Sobre este caso, o ministro da Educação disse que qualquer relação entre a morte da aluna e as condições da Secundária senense «é de mau gosto». À margem da visita à Secundária Campos Melo, na Covilhã, na sexta-feira, João Costa afirmou que se tratou de «um acidente que poderia ter acontecido, infelizmente, em qualquer escola ou em qualquer lugar onde haja vidro. Acho que qualquer associação entre a tragédia e as diferentes condições que as escolas têm é de mau gosto. De acordo com a informação que tenho, não tem nada que ver com as condições específicas da escola». Considerando a situação «trágica, lamentável», o governante enviou condolências à família da estudante, filha única, e anunciou ter sido iniciado o «processo de averiguações normal sempre que há uma tragédia».
Já o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) declarou que a morte de Mariana Cruz revela «incúria de responsáveis políticos» pela área da Educação. «Como parece ser evidente, salvo a existência de melhor opinião, as características da porta que esteve envolvida neste acidente terão sido fatais, o que já deveria ter motivado a sua substituição», alertou o SPRC em comunicado enviado a O INTERIOR. Para o sindicato, «sucessivos adiamentos na reabilitação das escolas» provocou uma «situação irreparável» com a morte da aluna. «Quantas serão as condições análogas existentes um pouco por todo o país», interrogou o sindicato, segundo o qual «sintomático da incúria em matéria de construções escolares é, também, a listagem, a classificação e os processos de utilização das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, agora destinadas para este fim».
Afastada intervenção de terceiros na morte de aluna em Seia
Jovem de 17 anos faleceu na quinta-feira devidos a ferimentos graves após embater em porta de vidro da Secundária local