Região

«A Serra da Estrela é muito forte, mas é preciso gente nova»

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Escrito por Efigénia Marques

Marcelo Rebelo de Sousa inaugurou feira do queijo de Celorico
da Beira, onde elogiou «resistência» dos serranos e cruzou-se
com Luís Montenegro

Na autodenominada “Capital do Queijo Serra da Estrela”, Marcelo Rebelo de Sousa foi “rei”. O Presidente da República visitou a feira do queijo de Celorico da Beira na passada sexta-feira e, igual a si próprio, cumprimentou dezenas de pessoas, distribuiu beijos e abraços, parou em todos os stands e tirou inúmeras “selfies”.
“Ossos” do ofício presidencial, o chefe de Estado demorou cerca de 45 minutos para chegar ao palco da cerimónia inaugural. As solicitações foram mais que muitas, a começar pelo Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC), cuja dirigente distrital, Sofia Monteiro, entregou uma carta aberta a Marcelo para que «interceda junto do primeiro-ministro para que as próximas negociações sejam de negociação efetiva para que possamos resolver os problemas que o sistema educativo tem e que os professores enfrentam neste momento». Na resposta, o presidente pediu «paciência» aos docentes e disse acreditar que negociações «vão correr bem».
A comitiva seguiu depois para o mercado municipal num demorado trajeto, em que Marcelo Rebelo de Sousa não se furtou a nenhuma solicitação do povo. O atraso foi-se avolumando, a tal ponto que o mais alto dignatário do Estado teve que pedir desculpa: «Peço desculpa por demorarmos tanto tempo para chegar ao palco, mas a culpa é vossa porque eu parei tantas vezes que demorámos quase 45 minutos a chegar aqui», afirmou o Presidente da República. Mais a sério, o chefe de Estado elogiou as queijeiras e a «resistência» dos habitantes da Serra da Estrela, que «é uma região muito, muito, forte. Tem tudo, não é só o queijo, que é único no mundo e tem que ser património mundial, mas tem vinho, tudo o que há de bom produto da terra e a natureza. Mas o mais importante é a gente, vocês é que são únicos», disse o Presidente da República.
«São gente que aguenta as dificuldades de toda a natureza e resiste e é preciso que resista com gente nova, que haja futuro para estas terras, para esta juventude. Vi hoje aqui muitos estrangeiros, é bom que venham para cá. Os velhinhos são bem acolhidos, mas os mais novos ainda serão mais bem recebidos, porque temos de ter gente nova a chegar cá e mais turismo a descobrir os encantos da montanha, da gastronomia, da bebida, dos costumes e é preciso apoiar tudo isso», apelou. Já aos vários autarcas dos distritos da Guarda, Castelo Branco e Viseu presentes na abertura do certame o chefe de Estado pediu para «pôr a região da Serra da Estrela na moda».
Por sua vez, Carlos Ascensão, presidente da Câmara de Celorico da Beira, afirmou que a região tem «excelentes condições, qualidade de vida», mas tem «um problema grave, o do despovoamento», que «é de difícil resolução porque não há varinha mágica que o resolva de um dia para o outro». Na sua opinião, é preciso «arranjar condições para fixar os jovens, estagnar esta sangria de pessoas que saem constantemente para o litoral ou para o estrangeiro e esse é um trabalho que todos temos que fazer». Feitos os discursos, Marcelo Rebelo de Sousa foi provar os queijos de todos os produtores presentes na feira e ainda se cruzou com Luís Montenegro, líder do PSD, que também foi a Celorico da Beira numa das últimas iniciativas da semana que dedicou ao distrito. A conversa foi curta, mas o suficiente para se ficar a saber que o social-democrata «engordou três quilos» por estes dias e que, em abril, dedicará uma semana a Lisboa. «Se passar perto de Belém, dá para passearmos ali de um lado para o outro», respondeu o presidente, ao que Luís Montenegro desafiou «vamos comer um pastel de Belém».

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Efigénia Marques

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