Região

44 pessoas mudam-se por mês do litoral para o interior

Ministra
Escrito por Efigénia Marques

Castelo Branco é o distrito mais procurado, com 20 por cento das candidaturas aprovadas no programa “Emprego Interior MAIS”, seguido de Portalegre, Évora e Guarda

A iniciativa “Emprego Interior MAIS”, que foi aprovada em agosto de 2020, já validou 371 candidaturas, o que correspondem a 667 pessoas que deixaram o litoral para rumar ao interior do país. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e da Segurança Social, até ao final de outubro houve, em média, 44 pessoas a mudar de vida por mês.
O apoio às famílias para proceder à mudança pode ir até 4.827 euros. No total, o Governo já gastou 1,2 milhões de euros em apoios pagos. Castelo Branco é o distrito mais procurado, com 20 por cento das candidaturas aprovadas, seguido de Portalegre (10 por cento), Évora (10 por cento) e Guarda (9 por cento). Segundo a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, o programa vai sofrer algumas alterações, sendo, nomeadamente, alargado de forma a que possam ser também elegíveis o teletrabalho e o trabalho remoto. «Estamos a preparar para alargar o programa para que quem queira trabalhar remotamente de um território do interior, ou em teletrabalho, possa ser abrangido. Mas vamos também abrir a trabalhadores estrangeiros que queiram ir trabalhar para o interior de Portugal», disse a governante em declarações à Rádio Renascença.
A ministra espera que com estas alterações «possamos ganhar maior procura por parte do programa». A maior parte dos processos de mobilidade apoiados são da região de Lisboa para o Alentejo (22 por cento do total), da região de Lisboa para a região Centro (20 por cento), entre distritos da região Norte (12 por cento), da região Norte para a região Centro (9 por cento) e da região Centro para a região Centro (8 por cento). Para o investigador especializado em desenvolvimento regional, António Fernandes Matos, professor da Universidade da Beira Interior (UBI), os resultados dos primeiros 15 meses do programa “Emprego Interior MAIS” «são fraquinhos, para um território com esta dimensão era expectável que houvesse mais pessoas. Houve a pandemia, mas poderia ter sido um voltar às origens, mas não parece que seja um balanço que fiquemos maravilhosos».
«Estes programas que são bem pensados, têm razão de ser, podiam dar mais resultados, mas ficam como que bloqueados porque o território não está pronto para acolher essa mão-de-obra. E vamos repetindo», lamenta o investigador, exemplificando com a dificuldade em aceder nestes territórios de baixa densidade a serviços de saúde de qualidade.

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Efigénia Marques

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