Região

3 milhões de euros de prejuízos nos Baldios de Folgosinho

Dsc 0603
Escrito por Efigénia Marques

A Associação dos Baldios de Folgosinho, no concelho de Gouveia, contabiliza cerca de três milhões de euros de prejuízos em consequência do incêndio que atingiu a serra da Estrela em agosto.
De acordo com Hugo Teixeira, presidente da direção daquela entidade, o fogo destruiu 800 hectares de madeira, «avaliada em 1,6 milhões de euros», e 350 hectares de áreas que foram arborizadas nos últimos dez anos, num investimento da ordem dos 750 a 800 mil euros. «Ainda no ano passado arborizámos 55 hectares, pagámos quase 150 mil euros e arderam já este ano», lamentou o responsável, lembrando que na área dos Baldios de Folgosinho «ardeu praticamente tudo o que não tinha ardido em 2017». Pelas suas contas, Hugo Teixeira afirma que, «em cinco anos, passámos de uma área que tinha um património florestal avaliado em mais de seis milhões de euros para termos em 2022 praticamente um património florestal que vale zero».
Em consequência, a associação, que emprega cinco pessoas, receia que a sua sustentabilidade esteja posta em causa, uma vez que será preciso esperar «mais 20 ou 30 anos para poder ter alguma receita do baldio». Hugo Teixeira está também preocupado com a retirada da madeira das áreas ardidas e adianta ter feito um «quase ultimato» ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF): «Se até ao final de outubro não puser a hasta pública na rua para venda dessa madeira, o Conselho Diretivo dos Baldios de Folgosinho irá fazê-la e em vez de ser o Estado a dar-nos os 60 por cento da receita, somos nós que entregaremos os 40 por cento ao Estado», disse, alegando que «não podemos estar mais do que dois meses sem fazer a hasta pública. É demasiado tempo porque a madeira começa a perder qualidade».

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Efigénia Marques

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