Se Cidália Valbom e Carlos Chaves Monteiro continuarem a não se entender, o PS está pronto para apresentar «uma solução» para a presidência da Assembleia Municipal (AM) da Guarda. A garantia é de António Monteirinho, presidente da concelhia socialista, que no passado dia 12 reagiu, em conferência de imprensa, à polémica da marcação de uma sessão extraordinária pela sua presidente que acabou por não acontecer após o presidente da Câmara não ter autorizado a cedência do TMG para o efeito.
O líder socialista disse ter assistido «em choque e com perplexidade» ao braço de ferro protagonizado pelos dois eleitos do PSD e considerou «verdadeiramente vergonhoso que aqueles que têm o dever de liderar este difícil combate [contra a pandemia] decidam entreter-se em guerrilhas partidárias de ambição política pessoal, ao invés de cuidarem de cumprir, com zelo e responsabilidade, as funções para as quais foram eleitos com os votos dos guardenses». Cáustico, António Monteirinho considerou mesmo que o desentendimento foi o «exercício confrangedor de um braço de ferro para ver qual será a melhor imitação» de Álvaro Amaro. Ironia à parte, o socialista desafiou Cidália Valbom e Chaves Monteiro a fazerem «uma reflexão séria» sobre se têm condições para continuarem no exercício dos seus cargos.
O também coordenador da bancada do maior partido da oposição na AM pediu concretamente à mesa daquele órgão deliberativo para «refletir se tem condições para prosseguir». Já o PSD foi desafiado a assumir «se deve, ou não, manter a confiança política» em Cidália Valbom, tendo o socialista assegurado que o poder deliberativo da Assembleia Municipal «não cairá na rua». «O PS está disponível para propor uma solução que salvaguarde o pleno cumprimento das obrigações da Assembleia Municipal. Depois de todos estes acontecimentos, mais do que nunca, exige-se uma presidência de Assembleia Municipal que atue pela razão, na defesa do interesse público e não pela emoção, ou em nome de estratégias pessoais ou partidárias», justificou.
De resto, António Monteirinho recordou que o cargo não é de eleição direta, nem o presidente da AM «tem de ser indicado» pelo partido mais votado. «Trata-se de uma escolha feita por todos os eleitos, deputados ou membros por inerência (presidentes de junta)», sublinhou o dirigente, segundo o qual esta será a solução para resolver «mais uma crise no partido que tem a maioria para governar, mas que está, com as suas guerras internas, a fazer a perder tempo à Guarda». Tudo porque a «função fiscalizadora da AM sobre o executivo pode ficar, a partir deste momento, ferida de dúvida», sendo por isso necessário garantir um funcionamento «digno» deste órgão autárquico para evitar que o executivo camarário tenha, «neste conflito com a presidente da AM, desculpas para não trabalhar».
PS pronto para ser «solução» na presidência da Assembleia Municipal da Guarda
Concelhia socialista considera «verdadeiramente vergonhoso que aqueles que têm o dever de liderar este difícil combate decidam entreter-se em guerrilhas partidárias de ambição política pessoal»