A Aliança Democrática (AD) venceu as legislativas no distrito da Guarda, mas só elegeu um deputado, a cabeça de lista Dulcineia Catarina Moura, que se estreia no Parlamento. Tal como em 2022, João Prata, número dois da lista, ficou de fora.
A AD obteve 29.033 votos (34,1 por cento), mais 1.900 que o PS, tendo sido a força política mais votada em nove municípios do distrito (Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Mêda, Pinhel, Sabugal e Trancoso). O melhor resultado foi conseguido em Aguiar da Beira (46,2 por cento), seguido de Pinhel (41,1). Na Guarda, a coligação formada por PSD, CDS-PP e PPM obteve pouco mais de 32 por cento e derrotou os socialistas por uma diferença de 145 votos. «Estamos muito satisfeitos pelo resultado e pela vitória da Aliança Democrática na Guarda e pelo distrito. Mostra que as pessoas estavam mesmo ávidas de uma mudança, que é resultado de uma governação socialista que tanto penalizou o país e a nossa região», afirmou a candidata a O INTERIOR no rescaldo da noite eleitoral.
A próxima deputada guardense também se disso «muito satisfeita pela derrota da esquerda», que responsabiliza pela eleição do deputado do Chega. «Estamos a ver uma evidente reivindicação dos interesses do país contra as políticas de esquerda. Não conseguimos alcançar a vitória esperada em todos os concelhos do distrito, mas o resultado final, que é esse que importa, é extremamente positivo para o nosso lado», realçou. Sobre a confusão com o ADN no boletim de voto, Dulcineia Catarina Moura disse «não compreender terem querido conotar a AD com esse partido» e considerou que se não tivesse havido «esse lapso» João Prata teria sido eleito. «Isso é evidente, basta fazer as contas. E é um facto que temos que lamentar», afirmou a cabeça de lista, para quem «o que resulta destas eleições é que a esquerda deixou o país mal e espero que tenha levado uma lição de que a má governação leva à necessidade de uma mudança».
Uma opinião partilhada pelo líder distrital do PSD. «Estão de parabéns os cidadãos do distrito que acreditaram no projeto da AD e que viram que esta desgovernação do PS ao longo dos anos trouxe também um voto de protesto que se traduziu num crescimento exponencial do Chega, que subiu por causa das políticas implementadas pela governação socialista», declarou Carlos Condesso. «Todos sabemos a agonia em que vivíamos e vivemos na área da saúde, da educação, dos transportes… Foram muitos os erros do PS que vieram catapultar o Chega», apontou o também autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, que atribuiu os mais de 2.000 votos conseguidos pelo ADN no distrito a «outro fenómeno, o da confusão entre a AD e o ADN» nos boletins de voto. Contudo, para Carlos Condesso, «o que resulta destas eleições é a derrota do PS e das suas políticas e uma vitória clara da AD no distrito e no país».
«PS é responsável pela eleição do deputado do Chega»
AD vence no círculo da Guarda com 34,1 por cento dos votos e elege Dulcineia Catarina Moura para a Assembleia da República