Política

«Não haverá razões para que o distrito da Guarda não volte a dar a vitória ao PSD nas legislativas»

Escrito por Luís Martins

De visita a O INTERIOR, Carlos Peixoto lembrou que o partido sempre teve «melhores resultados» na Guarda do que na média do resto do país. O candidato reiterou também que não é a favor da abolição das portagens, mas defende a sua redução para «muito menos». E para resolver a falta de médicos propõe a exclusividade dos especialistas que vierem para o interior com salário «muito parecido ao do primeiro-ministro».

Redução de portagens em vez de abolição e exclusividade dos médicos que vierem para o interior, com salário «muito parecido ao do primeiro-ministro», são algumas das propostas de Carlos Peixoto, que lidera a lista do PSD às legislativas na Guarda. Os sociais-democratas visitaram a redação de O INTERIOR esta terça-feira e garantiram que o partido tem condições para vencer novamente neste círculo eleitoral.
«O ciclo atual não é favorável aos partidos da oposição, mas o PSD sempre teve melhores resultados no distrito da Guarda do que na média do resto do país e continuamos a confiar que, por cá, com gente de cá e que trabalha cá, não haverá razões para que o eleitorado mude o sentido de voto relativamente há quatro anos», diz o deputado e presidente da Distrital. Carlos Peixoto promete uma campanha de proximidade «para ouvir as pessoas, as instituições, as empresas, para percebermos quais são os seus problemas, embora tenhamos a noção muito aproximada do que se passa, e apresentar soluções, propostas». No mandato que agora termina, o eleito considera que os deputados do PSD «deram voz ao distrito, denunciaram, reivindicaram, intervieram, falaram, apresentaram projetos e tiveram ideias, só que não fomos nós que governámos. Foi o PS, o BE e o PCP, que não decidiram absolutamente nada relativamente ao nosso distrito».
Este ano as portagens prometem ser novamente o tema quente da campanha e sobre este assunto Carlos Peixoto é perentório: «O PSD não é a favor, nunca foi, da abolição das portagens, é a favor do princípio do utilizador-pagador», responde, justificando que é preciso ser «realista». O candidato pela Guarda reitera que as portagens são «vitais e obrigatórias, mas não podemos, nem devemos pagar pelo quilómetro aquilo que paga um utente da A1. Devemos pagar muito menos, mas não zero, esse não é o caminho». «Além do país ter recursos finitos, as autoestradas que atravessam o distrito não estão pagas e as receitas são absolutamente decisivas», acrescenta, sugerindo outras compensações, como «permitir que as empresas deduzam a nível de IRC parte das despesas que pagam com a energia elétrica».
Outra preocupação dos candidatos sociais-democratas é a saúde, que está «gravemente doente» no distrito, desde logo pela falta de enfermeiros e médicos resultante da redução do horário de trabalho das 40 para as 35 horas. A sua proposta é a exclusividade dos clínicos que trabalhem nos territórios de baixa densidade, mas com uma remuneração «muito acima» da auferida atualmente. «Não me chocava que um médico de especialidades mais carenciadas que viesse para o interior tivesse um salário muito parecido ao do primeiro-ministro», afirma Carlos Peixoto, que reclama a construção da segunda fase do Hospital Sousa Martins, na Guarda. O social-democrata defende também, entre outras medidas, a introdução de deduções no IRS a casais que vivam no interior e que tenham filhos, para a promoção da natalidade, ou, em alternativa, «a possibilidade dos pais se reformarem mais cedo consoante o número de filhos».
Por último, o candidato defende a alteração da lei eleitoral para que os distritos de baixa densidade sejam «devidamente» representados na Assembleia da República.

Independente José Valbom é mandatário distrital

O independente José Valbom é o mandatário distrital da candidatura do PSD pelo círculo da Guarda. O médico justifica o envolvimento na campanha por considerar que «chegou a altura de fazer um bocadinho de esforço e dizer presente», numa altura em as políticas de direita «extremamente conservadoras e retrógradas» grassam na Europa.
«É uma obrigação porque, em Portugal, temos um Governo do PS que tem sido um partido muito virado à esquerda. Ora se não reforçarmos o PSD nestas eleições ficamos sem centro e, daqui a quatro anos, pode aparecer uma força partidária de direita que nos dará muito que fazer. Como me revejo no centro queria que vingasse um partido social-democrata, que ocupasse o centro», justifica José Valbom. Na sua opinião, o PSD atual é «mais social-democrata, mais moderado», que na liderança anterior. «O que me interessa é que o partido seja gerido com calma, democraticidade, coesão territorial, sem ameaças aos grevistas nem às entidades patronais», afirma. O mandatário revela que este compromisso com o PSD terminará à meia-noite de 6 de outubro, quando voltará ao seu «trajeto de independente».

JSD não participará na campanha das legislativas na Guarda

A Distrital da JSD da Guarda anunciou que não vai participar na campanha do partido para as legislativas de 6 de outubro.
A decisão foi tomada de «forma unânime» no sábado, numa reunião da comissão política distrital realizada em Celorico da Beira. «A JSD seguiu o caminho para o qual já tinha alertado, anteriormente, por entender que a lista candidata do PSD ao círculo eleitoral da Guarda, para além de não respeitar a vontade dos militantes, revela uma falha clara na renovação ao não ter sequer um elemento jovem na mesma», justifica Fernando Melo, líder da JSD, em comunicado enviado a O INTERIOR. No entanto, a decisão apenas vinculará a Distrital. Miguel Bandarra, vice-presidente da “jota” da Guarda e mandatário para a juventude da lista liderada por Carlos Peixoto, garante que esta tomada de posição «em nada nada vincula os militantes e as concelhias». O dirigente diz «compreender e respeitar» esta reação e que «percebe o facto da JSD querer um seu representante na lista», mas sublinha que a lista apresentada é «forte e renovada, com novos protagonistas e gente jovem».

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Luís Martins

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