Política

Figueira de Castelo Rodrigo é o concelho do distrito com mais mulheres candidatas à Câmara

Candidatas
Escrito por Efigénia Marques

Delfina Bazaréu (CDU), Margarida Bordalo (Livre) e Dora Vilhena (CDS-PP) concorrem à presidência da autarquia no domingo a par de Paulo Langrouva (PS), atual presidente, e Carlos Condesso (PSD)

Na corrida à Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo estão três mulheres e dois homens, fazendo com que as senhoras estejam aqui em maioria, num cenário eleitoral único na região e inédito no país. Numa altura em que se luta muito pela afirmação das mulheres na sociedade, O INTERIOR falou com duas das três candidatas para tentar perceber as suas expetativas para o próximo domingo.

Delfina Bazaréu (CDU)

Delfina Bazaréu é a candidata pela CDU, tem 47 anos e é assistente técnica no Centro de Saúde de Vila Nova de Foz Côa, de onde é natural. É a segunda vez que concorre à presidência da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo (a primeira foi em 2017) e assume que é candidata aqui por ser um sítio de que «gosta bastante».
Em relação ao programa eleitoral, a cabeça de lista refere estar assente no mote da CDU, que é «trabalho, honestidade e competência», e confessa que a atração e fixação de jovens é emergente, pois «nos últimos Censos houve um grande decréscimo populacional. Para além disso, queremos manter a qualidade de vida, nomeadamente proporcionar ainda mais ou melhor aquilo que já existe, tentando ajudar os pais com as crianças, com os jovens e não nos esquecemos também os nossos idosos e mais experientes que precisam de mais qualidade de vida». Quanto ao facto de existirem três candidatas à Câmara figueirense, Delfina Bazaréu considera que «é mesmo muito bom, nós (mulheres) temos de ser cada vez mais ouvidas e confesso que nunca entendi esta diferença de sexo mediante grandes decisões porque somos tão capazes quanto os homens. São decisões que podem ser tomadas por todos, seja masculino ou feminino».
Além disso. «as mulheres têm apresentado visões, soluções e decisões mais que fundamentadas com muito mais capacidade e funcionalidade do que alguns homens», conclui a candidata da CDU. Já relativamente ao resultado, «como mulher, como candidata, como pessoa, gostava que houvesse, como é óbvio, um pouco mais de votos na CDU para que realmente começassem a conhecer ainda mais o nosso trabalho, a nossa integridade, a honestidade, a competência que nós temos, para ver se isto começa a mexer de outra forma porque nós somos muito ligados aos direitos dos trabalhadores, das pessoas, e cada vez mais estamos isso a ser diluído e não pode ser assim», rematou Delfina Bazaréu.

Margarida Bordalo (Livre)

Margarida Bordalo é a candidata pelo Livre, tem 58 anos e é enfermeira especialista em saúde comunitária. Natural de Figueira de Castelo Rodrigo, sempre viveu entre a sede do concelho, a Vermiosa e o Porto. Este ano decidiu candidatar-se porque «estamos no século XXI e as mulheres têm de ir para a frente para mudar esta política. Para além disso, penso que nós enquanto mulheres temos uma sensibilidade diferente e queremos vir para a política porque queremos mudar o nosso país». Entre as principais linhas de ação, a candidata do Livre pretende fixar jovens, tornar a escola mais inclusiva, garantir que as zonas rurais não fiquem abandonadas, melhorar a questão da mobilidade e ao nível da saúde, como enfermeira de profissão, a candidata garante que quer «levar a saúde para todas as pessoas» através da criação de uma Unidade Móvel de Saúde que permita às pessoas que não conseguem deslocar-se ao centro de saúde ter acesso a cuidados de saúde.
Para estas eleições, Margarida Bordalo diz estar «muito positiva», mas considera que a Câmara devia envolver todos os candidatos para além daquele que sair vencedor: «Tem de haver uma construção, uma partilha, também de outros candidatos, temos de estar todos unidos para que o concelho vá para a frente porque se não, acabam as eleições, não há mais partilha, ninguém quer saber de ninguém, só fica lá o que ganhou, voltamos ao mesmo. Não há visão de futuro e acho que todos nós devíamos estar dentro de um projeto para que cada um dê aquilo que conhece, esta visão, colocar esta diferença, para que caminhemos todos, e consigamos mudar o concelho para muito melhor», sublinhou.
O INTERIOR ainda falou com a terceira candidata, Dora Vilhena, do CDS-PP, no entanto, e depois de dada a entrevista, a direção de campanha não quis que fossem usadas as respetivas declarações da cabeça de lista.

Sobre o autor

Efigénia Marques

Leave a Reply