Política

Chaves Monteiro responsabiliza Sérgio Costa por atrasos em obras e projetos

Escrito por Jornal O INTERIOR

Presidente da Câmara da Guarda disse na última reunião do executivo que quando o vereador do PSD teve os pelouros «as coisas não andaram para a frente»

A “guerra” entre Sérgio Costa e Carlos Chaves Monteiro subiu mais um nível. Na última reunião quinzenal do executivo, que foi pública, vereador sem pelouros do PSD e presidente da Câmara, eleito pelo mesmo partido, voltaram a confrontar-se a propósito do atraso da elaboração do Plano de Urbanização do Cabroeiro que permitirá a construção da Variante dos F’s.
Sérgio Costa manifestou a sua preocupação pelo atraso na aprovação de um documento «fundamental e decisivo» para permitir a construção da também conhecida como Alameda da Ti’Jaquina, entre a rotunda dos F’s e a VICEG. «Com os atuais prazos de aprovação pelas entidades responsáveis pela gestão territorial e os prazos da contratação pública, temo o atraso desta obra emblemática, tão necessária e desejada pelos guardenses», disse o antigo vereador com o pelouro das obras, que se disponibilizou a ajudar o executivo neste assunto dada a sua «larga experiência adquirida». Carlos Chaves Monteiro declinou a disponibilidade dizendo que «a sua ajuda não é necessária» e acrescentou que «devia ter ajudado antes». O comentário caiu que nem uma bomba na sessão e até deixou os eleitos do PS estupefactos.

No final da sessão, em declarações aos jornalistas, Sérgio Costa acrescentou que a pandemia e a suspensão de prazos administrativos «não é desculpa para tudo» e garantiu que deixou os «dossiers preparados» quando cessou funções a tempo inteiro. «O projeto do Plano de Urbanização está pronto e já passou meio ano, estou preocupado e quero ajudar. Se tiver que falar com algumas pessoas, fá-lo-ei», reiterou. Na resposta, o presidente da Câmara referiu que o processo sofreu atrasos devido à pandemia e que atualmente falta negociar com seis proprietários a cedência das respetivas parcelas. Faltam também os pareceres das entidades competentes, «que não foram tratados no passado», afirmou. «Quando tivermos concluído todos esses passos teremos condições para lançar o concurso público da obra», acrescentou Carlos Chaves Monteiro.

O edil considera que a futura alameda é «estratégica» e será apresentada «brevemente». Até lá, fez questão de apontar o dedo ao vereador social-democrata: «Quando teve os pelouros, as coisas não andaram para a frente. Só esta área das obras é que está atrasada e tem havido um trabalho árduo dos técnicos para desbloquear este e outros problemas, como os que apareceram nos Passadiços e no campo do Vila Cortês, projetos que estavam paralisados quando Sérgio Costa era vereador», criticou. Lembrando que tem o pelouro das obras há sete meses, o autarca contra-atacou declarando que «o egocentrismo e a visão muito pessoal da causa pública não fazem parte deste executivo».

PS pede contratos da candidatura a Capital Europeia da Cultura

Nesta sessão, antecipada para dia 22 devido à Assembleia Municipal, a vereadora do PS Cristina Correia solicitou informação sobre os contratos de quem trabalha para a candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura para «conhecer os valores envolvidos e pedir satisfações do trabalho feito». A eleita da oposição quis também saber o porquê do município não ter também negociado a dívida à Águas do Vale do Tejo. «Não fizemos acordo porque aguardamos uma decisão do tribunal arbitral, além disso a redução dos juros proposta é muito pouco», respondeu Chaves Monteiro.
Por sua vez, Sérgio Costa defendeu que se deve apostar nas ecovias porque o concelho tem «condições ideais» para a criação de trilhos. «A Guarda tem de se afirmar como a Capital das Ecovias, uma marca com muito potencial para a estratégia do nosso desenvolvimento», considerou.

Já o presidente da Câmara anunciou a criação de uma incubadora de projetos artísticos para apoiar criadores locais. A Incentivart desafia os criadores a desenvolverem trabalhos no domínio das artes plásticas, artes performativas, dança, música, teatro e literatura, dando-lhes a possibilidade de utilizarem os espaços culturais da cidade para residências artísticas. O resultado será depois apresentado no TMG, museu e Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço.

Sobre o autor

Jornal O INTERIOR

Leave a Reply