Política

Chaves Monteiro não deverá assumir lugar de vereador

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Escrito por Efigénia Marques

Presidente da Câmara da Guarda e candidato derrotado do PSD vai regressar à advocacia e meditar sobre o seu futuro político

A noite de domingo foi de pesadelo para o PSD e para Carlos Chaves Monteiro, que perdeu a Câmara da Guarda para Sérgio Costa e vai ponderar se assume o lugar de vereador no novo executivo.
«A Guarda falou nas urnas, irei meditar muito se ainda tenho alguma coisa a dar à Guarda ou não. Daqui para a frente vou para o meu escritório trabalhar porque a advocacia é a minha profissão. Se calhar a política não é para todos, para mim não será», acrescentou o social-democrata, que sai de cena após dois anos na presidência da autarquia na sequência da eleição de Álvaro Amaro para o Parlamento Europeu. Desde cedo se percebeu que estas eleições estavam perdidas para Chaves Monteiro, em cuja sede se foi espalhando o desânimo à medida que a votação do movimento “Pela Guarda” ia crescendo, mantendo os sociais-democratas a distância razoável. Às 22 horas já poucos acreditavam na vitória e até o candidato fez uma primeira declaração em que assumiu que a votação estava «muito abaixo do que era expectável».
Para isso contribuiu o facto do PSD perder para a Câmara nalgumas das freguesias em que venceu. Cerca de uma hora depois, Chaves Monteiro, de semblante carregado, surgiu novamente na sala para assumir a derrota e não ter explicações para o sucedido. «Não sei o que falhou, ainda é cedo para tirar conclusões. Ou não passei bem a mensagem, ou então não cumpri bem o meu papel. Não consigo compreender, mas alguma explicação haverá para isso. A Guarda decidiu assim e eu respeito», sentenciou, adiantando que «nunca deixei de trabalhar na Câmara e andar na rua quando pude. Outros andaram na rua e o ano inteiro a fazer campanha, ganharam por isso também».
Chaves Monteiro considerou ainda ter cumprido a sua missão, dizendo que esteve «sempre disponível» para os guardenses e que se empenhou «muito a fundo» para que a Guarda pudesse ser transformada «num ciclo diferente daquele que existiu no passado, mas os guardenses não entenderam assim». Lembrou também as vicissitudes que marcaram o seu curto mandato: «Sou presidente há dois anos, num momento difícil como aquele em que fiquei, sabemos das dificuldades que tive. Em momentos difíceis fui, com a equipa que me acompanhou, sujeito a críticas e ações que, de alguma forma, dificultaram o exercício do meu mandato», lamentou o social-democrata, que recusou fazer, «a quente», a avaliação do seu futuro político.
Sem resposta ficou também a pergunta sobre o que espera do novo presidente do município: «Nem sei o que hei de dizer, é muito cedo para falar nessa matéria. Não tenho uma opinião formada sobre isso», disse, depois de um silêncio, afirmando igualmente não se sentir traído por ninguém. «Fiz o que podia fazer, estou consciente dos resultados, que não são favoráveis, ainda para mais para quem é presidente da Câmara», concluiu.

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Efigénia Marques

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