Política

Amílcar Salvador quer fazer de Trancoso um concelho de referência «a nível distrital e regional»

Dsc 6705
Escrito por Efigénia Marques

Prosseguir com a consolidação financeira do município, construir o Museu da Cidade e requalificar os Paços do Concelho estão entre as prioridades do último mandato do autarca socialista

Amílcar Salvador foi o primeiro autarca a tomar posse na região na sequência das eleições de 26 de setembro. Na sexta-feira, o autarca de Trancoso, reeleito para o terceiro e último mandato, e o novo executivo, bem como a Assembleia Municipal, foram empossados numa sessão em que o socialista destacou a vitória «clara e inequívoca» do PS e reafirmou que pretende governar com «verdade, clareza, transparência, rigor e isenção».
«Todos estão convocados para esta política de valores, deixando de lado a politiquice rasteira, de mentiras, falsidades e calúnias», apelou, destacando que os socialistas obtiveram os «melhores resultados de sempre» em Trancoso, onde também conquistaram a maioria das Juntas de Freguesia, com destaque para Vila Franca das Naves, que o PSD perdeu ao fim de 24 anos. Terminada a campanha, Amílcar Salvador fez um discurso conciliador e considerou que «este é o tempo de arregaçar as mangas e de trabalhar em conjunto», sublinhando que nos próximos quatro anos «não há dispensáveis, todos somos importantes para contribuir para o projeto coletivo que é Trancoso», que quer ser um concelho de referência «a nível distrital e regional».
Entre as prioridades deste último mandato, o edil socialista destacou o turismo – «em agosto, entraram no castelo 7.300 pessoas, o maior número de visitantes de sempre», revelou – e o apoio a empresários e investidores, bem como ao setor da agropecuária. Concluir a incubadora de empresas, que vai integrar a Rede Nacional de incubadoras, requalificar a zona industrial de Vila Franca das Naves e construir o polo empresarial da Ribeirinha, no Reboleiro, são outras metas do novo executivo. Amílcar Salvador quer também concluir obras nos bairros e nas estradas municipais, além de iniciar a construção do Museu da Cidade no Palácio Ducal e a requalificação dos Paços do Concelho. O autarca compromete-se ainda a elaborar o plano de pormenor da Barragem da Teja para tornar o espelho de água e área envolvente numa zona de desporto e lazer.
Prosseguir a consolidação das contas do município é outra meta. «Conseguimos reduzir em 10 milhões de euros a dívida municipal nos últimos oito anos, mas a situação financeira continua a ser difícil pelas dívidas contraídas antes de 2013», avisou, assegurando que a Câmara vai investir de forma «responsável e criteriosa» para não «hipotecar» o futuro. «Em 2021 continuamos a pagar 35 mil euros por mês a apenas três empreiteiros por obras realizadas sem concurso e não pagas há mais de 10 ou 12 anos. Em 2022 teremos de assumir mensalmente outros compromissos financeiros com outros empreiteiros na sequência de ações intentadas contra a Câmara, que vai continuar a pagar juros e amortizações de empréstimos superiores a 4 milhões de euros, muitos dos quais também contraídos antes de 2013», especificou Amílcar Salvador.
O presidente espera também resolver «no mais breve possível» o caso da dívida de 9 milhões de euros à CGD por causa da parceria público-privada com a MRG. «Com este valor, que continua por pagar, a dívida total do município rondará os 15 milhões de euros», acrescentou depois a O INTERIOR. O socialista tem outras preocupações como a saúde, onde promete ser «intransigente» para ter «mais médicos e profissionais» no centro de saúde e extensões locais. «Estamos a trabalhar com a ULS para garantir médicos de família e meios de diagnóstico no concelho», afirmou, adiantando que não quer entregar a área da saúde «aos privados ou às companhias de seguro». Amílcar Salvador garantiu o terceiro mandato com 59,46 por cento dos votos e obteve três mandatos no executivo, enquanto João Carvalho (PSD/CDS-PP) conseguiu 32,71 por cento dos votos e elegeu dois vereadores. Por sua vez, Anabela Caetano (CDU) ficou-se pelos 1,76 por cento. Do novo executivo camarário fazem ainda parte Eduardo Pinto e Ana Luísa Couto, eleitos pelo PS; e João Carvalho e Cristóvão Santos, da coligação PSD/CDS-PP. A Assembleia Municipal volta a ser presidida pelo socialista Amaral Veiga, reeleito para o cargo pelo terceiro mandato consecutivo.

Sobre o autor

Efigénia Marques

Leave a Reply