O atual Governo do PSD/CDS-PP está em guerra com a Beira Interior. Depois do posicionamento incompreensível contra a abolição das portagens nas ex-SCUT, o ministro das Infraestruturas veio mesmo dizer que esta abolição é injusta. Para este governante do PSD, acabar com as portagens nas autoestradas que servem a nossa população é um atentado à justiça social. Os que menos recursos têm para se afirmar devem então, no entendimento deste social-democrata, ter cada vez menos, porque os grandes centros económicos sentem na pele a injustiça de quem anda na A23 sem pagar.
Quando um português vem à Beira Interior e não paga portagens, quando um casal espanhol vem à Guarda e não tem essa despesa, tal afigura-se como uma afronta para Miguel Pinto Luz. De facto, dá a ideia que o interior e a Guarda são uma afronta só porque existem.
Na semana que passou soubemos que o CEIS (Centro para a Economia e Inovação Social) vai fundir-se com outra entidade. Esta opção política não acaba com o CEIS, mas acaba com a ideia (certamente injusta) da Guarda como capital da Economia Social. É mais uma derrota da Guarda e da sua vocação ibérica: modificar sem vir ao terreno é o mesmo que matar uma ideia que ganhava a pulso esse mesmo terreno.
O CEIS soma mais de 169 ações de formação e mais de 3.500 formandos; 400 protocolos assinados; 1.800 contactos individuais realizados, 1.750 contactos com organizações e 386 reuniões. O CEIS soma candidaturas que têm já um valor aprovado de 2,9 milhões de euros prevendo, muito em breve, chegar aos 5 milhões. Trabalho na Guarda e da Guarda para o país que seria devidamente valorizado se não estivéssemos nós votados ao desprezo.