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“com a chegada de Sérgio Costa à liderança do município aguarda-se com grande expetativa o cumprimento de mudanças anunciadas”

Com as tomadas de posse dos novos autarcas fecha-se um ciclo político e inicia-se um novo ciclo, de “ventos de mudança”. Passado o tempo da campanha eleitoral, das diferenças e “guerrilhas”, agora será o tempo de guardar as bandeiras e deixar para trás as divergências – é tempo de agregar e unir esforços em prol do projeto comum. O poder local é isso, promover a qualidade de vida das populações e contribuir para o desenvolvimento local.
Na Guarda, com a chegada de Sérgio Costa à liderança do município aguarda-se com grande expetativa o cumprimento de mudanças anunciadas. Pelo concelho da Guarda, sem maioria e sem certezas sobre os apoios políticos, o novo edil terá de ter a arte e engenho de continuar a convencer de que tem as propostas certas para assegurar um futuro com otimismo para o município. E há, supostamente, muitos projetos em execução – Carlos Chaves Monteiro, convencido de que iria ganhar, deixou vários em andamento e que deverão ser concluídos pelo novo executivo. A conclusão dos Passadiços do Mondego (projeto herdado do executivo de Álvaro Amaro e de Chaves Monteiro e Sérgio Costa), cuja inauguração está prevista para o dia da cidade, a 27 de novembro, poderá ser o primeiro patamar da nova governação. E, rapidamente, depois da polémica, o plano de urbanização do Cabroeiro será aprovado, “maquilhado” e “bem conversado”, para a construção de um novo Parque Urbano e a Alameda da Ti’Jaquina.
Depois haverá muitos outros, da conclusão da Alexandre Herculano à rotunda da Alameda de Santo André (que tantos aborrecimentos tem causado aos residentes). Da Casa da Legião, que albergará a Coleção Piné, às casas da Praça Luís de Camões (que poderão ser para a CIM ou para o que sobrar da ideia do “Solar dos Sabores”), passando pela tantas vezes anunciada requalificação de um Centro Histórico moribundo e votado ao abandono (como tantas vezes aqui escrevemos https://ointerior.pt/opiniao/a-praca-dos-sabores/).
Garantida está a construção neste mandato dos viadutos (dois) sobre a Linha da Beira Alta, cujo financiamento já está assegurado junto das Infraestruturas de Portugal (Estado), para a construção da Variante à Sequeira e a Variante aos Galegos (com ligação ao Porto Seco que vai arrancar em grande velocidade), e a requalificação da zona da estação ferroviária (como explicou Sérgio Costa em 2018 e que finalmente irá avançar). Mas também o novo «acesso ao Bairro da Srª dos Remédios» ou a elaboração do projeto e aquisição dos terrenos para a construção da «3ª Fase da Viceg».
Mas são muitas outras as propostas cuja execução ficou prometida para breve. Da «duplicação do Parque Industrial» e a «duplicação da área da Plataforma Logística da Guarda» à «criação de novas áreas de localização empresarial» no «Alvendre, Vela/Benespera, Castanheira, Famalicão da Serra, Gonçalo, Maçainhas, Panóias, Pega, Porto da Carne, Trinta, Vila Fernando, entre outras» ou a «duplicação do Parque Empresarial de Vale de Estrela». Da «construção do Parque Tecnológico» ou da «Incubadora de Empresas de pequena dimensão» à «Revisão do Plano Diretor Municipal em 6 meses». Da aposta nas pessoas e nos cuidados básicos de saúde ao «Gabinete de Psicologia do Município» integrado no plano municipal de saúde mental. Do festival de «Rock na Beira Interior» ao “regresso” da Cidade Bioclimática de Montanha ou da «reversão da propriedade» do Hotel de Turismo para a Câmara da Guarda com reabertura assegurada para «os próximos 4 anos». Da rede de bicicletas elétricas à urgente qualificação do transporte coletivo e à mobilidade urbana.
Se Chaves Monteiro afirmava que este era o tempo da Guarda e que iriam ser criados mil empregos na Guarda, com os protocolos assinados com a Sodecia, a Coficab e outras empresas instaladas ou a instalar, com os 200 postos de trabalho das UEPS da GNR, que devem chegar em dezembro, ou a mobilidade elétrica supostamente contratada pelo anterior executivo, o novo tempo, será o tempo de Sérgio Costa. O novo presidente da Câmara da Guarda tem em mãos essa bonança herdada (?!), com boa saúde financeira, e deverá concretizar o prometido: «têm a nossa palavra»! E, entretanto, as políticas de desenvolvimento contarão com uma grande agressividade fiscal que passará pela aplicação da «taxa mínima de IMI para todas as empresas», redução em «50% o custo das taxas de licenciamento» e em todas as demais taxas administrativas para «todas as empresas» e redução em «50% a taxa de derrama para todas as empresas». (as citações apresentadas foram retiradas do programa eleitoral do movimento “Pela Guarda”)
Os ventos de mudança poderão passar por aqui. O tempo o dirá. Mas este é o tempo de esperar, expectantes, que as ideias, projetos e propostas se concretizem. Quatro anos é pouco tempo para recuperar todo o tempo perdido. Mas é muito tempo para promover e implementar a metamorfose aguardada.

Sobre o autor

Luís Baptista-Martins

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