Vila Velha de Ródão e as suas potencialidades

Escrito por Jornal O INTERIOR

Os concelhos na Beira Baixa são locais de riqueza com várias potencialidades existentes que poderão ajudar a estimular futuramente as economias locais, sabendo que gerar economia é uma conciliação de fatores sociais, económicos, geográficos, e outros, e sobretudo de pessoas que trabalhem de maneira inteligente.

O concelho de Vila Velha de Ródão, como local de forte valorização histórica, tem sido palco de controvérsias a nível de decisões do que deve ser a aposta em determinadas potencialidades.

A aposta em Vila Velha de Ródão tem incidido num só tipo de economia, porém percebe-se da quantidade de outras potencialidades que deveriam ser mais valorizadas e potencializadas, não só pela forte valorização histórica, mas pela própria morfologia geológica, ambiental e geográfica de Vila Velha de Ródão. Há quem diga que se o concelho apostar noutras atividades económicas se quer acabar com a outra atividade que está imposta, o que é um erro. Um local não pode depender de só um único setor, mas sim de vários.

Existem muito poucas pessoas a morar no concelho de Vila Velha de Ródão, além disso, Vila Velha de Ródão é usada em grande parte como local de trabalho, sendo usada para dar trabalho maioritariamente aos concelhos vizinhos, em que a maior parte das pessoas que arranja trabalho em Vila Velha de Ródão muda-se para os outros concelhos. Vila Velha de Ródão está a ficar sem residentes e dos poucos que querem ficar, muitos desistem.

Um dos grandes problemas que têm sido apontados é a poluição existente que afeta a saúde, a falta de trabalho qualificado, entre outras interferências. A saúde deve ser a maior prioridade, sendo que existem imensas maneiras de balancear emprego e saúde, o que não tem acontecido. Vila Velha de Ródão está um caos, ambientalmente, socialmente e em contexto laboral. Setores que deveriam continuar a ser mais valorizadas poderiam ser a agricultura, empreendedorismo sustentável, apoio social, educação, turismo, restauração, entre outros. Vila Velha de Ródão tem terrenos com solos férteis, clima e é muito diversificada em atividades agrícolas, além de ter tido uma forte história agrícola, e se a teve foi certamente por uma boa razão. Mesmo que muitas políticas agrícolas dependam do Estado, faz parte da autarquia fazer o seu papel como conciliador, potencializador, nem que seja moralmente; e pode criar pequenos mecanismos ou ajudas, como algo que apoiasse a agricultura local, para antigos e futuros agricultores.

Apesar de importante não chega só fazer marketing dos produtos, o território ainda é extenso e o número de produtos e agricultores poderia aumentar, é necessário também chamar pessoas. Além da agricultura, seria essencial a tentativa de chamar novos investidores de outros tipos de economias não agressivas para o ambiente e que não interferissem com a vida normal dos residentes. Outras empresas de comércio, do setor secundário e empresas afins. Do mesmo modo devia ser trabalhado um maior apoio familiar e às pessoas mais idosas, que só demonstra o respeito pela vida humana, assim como perceber as suas necessidades localmente e problemas nas suas casas e na sua comunidade. Seria importante também um maior investimento na educação das crianças, em que o ranking de resultado escolar está num nível baixíssimo, e não no investimento que tem sido feito que nada fez para melhorar as notas dos alunos; e ainda dos adultos, isto é, ampliar o mapa educativo, as formações profissionais e os cursos de línguas, pois são úteis para a restauração, turismo ou mesmo para algumas empresas instaladas.

A mesma pode ser referida numa maior aposta no turismo, restauração e chamar serviços, e claro, colocar Vila Velha de Ródão esteticamente bonita, pois com a paisagem que tem e os acessos são um bom conjunto de potencialidades, e mais, é um chamariz para viver com qualidade de vida, sendo o problema da poluição resolvida e sem colocar indústrias de grande impacte ao pé das habitações.

Vila Velha de Ródão pela sua beleza é um ótimo local para investir, mesmo que não dependa unicamente de decisões autárquicas e outros representantes, não se deve usar isso como desculpa. As autarquias devem ser um meio para fomentar estas áreas ou devem fazer com as suas decisões, uma facilidade de criação e suporte ao longo do tempo, tentando usar com a inteligência e a criatividade de fazer no mínimo algo que possam ser ações efetivas, pois ainda existem soluções quando aliadas ao lado económico e técnico, e sobretudo não perder pessoas, nem estas serem afastadas como tem acontecido.

Potencializar é também não perder os filhos da terra, são eles que mais do que ninguém podem e devem proteger em primeiro a sua terra. Porém torna-se difícil quando forças constantemente os afastam.

Maria Leonor Trigueiros Soares de Aragão

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