Um poema, um abraço majestoso ao Rei Povoador
Pelas mensagens que dá aos que estão em seu redor.
Graúdos e miúdos, ouçam o vosso Rei Povoador.
Bem sei que é NATAL e todos querem ver luz e cor.
Afinal, a aldeia ou a cidade tem de expressar esplendor!
E eu confesso que entendo o vosso entusiasmo e fervor.
Afinal, quem não gosta de telas iluminadas com amor?!
Mas o nosso planeta mostra, diariamente, a sua dor,
Revelando que o homem se transformou num agressor
E tudo rouba à árvore, ao condor ou à pequena flor
Com as suas violentas ações de desumano predador!
Assim, está na hora de combater tanto desamor
A fim de restituir à fauna e à flora o seu grande valor.
Graúdos e miúdos, escutem o vosso Rei Povoador.
Bem sei que é NATAL e todos querem ver luz e cor
E nas ruas e praças expor o Menino Jesus salvador
Que ofereça rasgados sorrisos e fervoroso amor
Para esconder o lixo festivo que se mostra opressor.
Por isso, o exausto planeta grita com imenso clamor:
– Neste NATAL não cortem verdes pinheiros, por favor!
Plantem, sim, árvores e arbustos no quintal ou em redor.
Nas casas, no cantinho da sala de estar, é possível pôr
Um verde pinheiro artificial que também seja inspirador
Para os membros do lar ou forasteiro observador.
Graúdos e miúdos, deem atenção ao vosso Rei Povoador.
Bem sei que é NATAL e todos querem ver luz e cor
No presépio com as suas ovelhas e o dedicado pastor!
Mas o planeta exige contenção nos gastos sem pudor,
Solicita esforço e arte na construção de um mundo melhor,
Pede urgência máxima na reabilitação de um bem maior,
Que é a natureza que nos abraça com um beijo protetor.
Já se percebeu que o céu não verte lágrimas com fervor
E a terra, todos os dias, geme, grita com o excesso de calor,
Pedindo, desesperadamente, a chegada de um Deus salvador
Que mostre ao homem a sua pequenez de bicho dominador.
Graúdos e miúdos, acompanhem o vosso Rei Povoador.
Bem sei que é NATAL e todos querem ver luz e cor,
No país onde cresceram com incomensurável AMOR,
Mas cada português tem de assumir o papel de mentor
Na proteção da floresta que só sabe a sua beleza expor.
Emília Barbeira