Como todos os anos, este é o momento em que os jovens escolhem o seu decisivo patamar de formação e o momento em que entram no curso escolhido. Este é o momento determinante para o seu futuro, o momento em que muito mais do que uma escolha é definido o caminho da vida para sempre. Um curso superior é uma ferramenta essencial, definitiva, para a realização pessoal, para suporte da profissionalização e para o “elevador social” almejado – e mesmo aqueles que depois ficam desapontados porque o país «não tem lugar» para todos e têm de emigrar, emigram com uma ferramenta e um conhecimento que lhes permitirá profissionalizarem-se com sucesso onde quer que seja.
Portugal fez um esforço extraordinário nos últimos 30 anos deixando de ser um país de analfabetos, para ser um país com cidadãos formados e devidamente preparados: Hoje, quase 40% dos jovens entre os 21 e os 35 anos têm formação superior – em 1978 havia 81.582 alunos matriculados no ensino superior; em 2021 passou a haver 411.995.
Este foi o terceiro ano consecutivo com números de ingressos no ensino superior à volta de máximos históricos: Na 1.ª fase do concurso nacional de acesso deste ano, cujos resultados foram conhecidos domingo, garantiram lugar numa universidade ou politécnico públicos 49.806 estudantes. É o segundo número mais elevado de sempre, apenas superado por 2020.
Os resultados do concurso nacional de acesso deste ano têm outros indicadores de sucesso. Em primeiro lugar, dos próprios alunos, já que há um aumento de três pontos percentuais no total de colocados na primeira opção de candidatura. Mais de metade dos candidatos ao ensino superior conseguiu entrar no seu curso favorito, totalizando 25.768 estudantes.
Os dados revelam também uma maior eficácia do próprio sistema de ensino superior, já que o número de vagas que não foram ocupadas no final da 1.ª fase de ingresso é o mais baixo desde 1999. Para a 2.ª fase de ingresso – cujo período de candidaturas vai até 23 de setembro – sobram 5.284 lugares, o que significa uma diminuição face ao ano anterior.
Os dados mostram que em 838 dos 1.103 cursos existentes já não sobram vagas depois das colocações da 1.ª fase. E que isto acontece num contexto em que o número inicial de vagas (53.640) era já o mais elevado de sempre e, face ao número elevado de candidatos, ainda foram adicionadas extraordinariamente 1.001 lugares nas instituições públicas – ou seja, nunca tantos entraram no ensino superior em Portugal; nunca houve tantas vagas no ensino superior público; nunca tantos portugueses puderam continuar os seus estudos e formação superior; nunca Portugal teve tantos jovens a preparar-se como nestes últimos três anos – e a isto ainda devemos acrescentar os jovens que estudam no ensino superior privado, seja porque não tinham notas para entrar no público (o que é inacreditável, pois só mesmo os mais cábulas não têm lugar no ensino superior público) ou por opção familiar (para quem vive em Lisboa ou Porto poderá ser mais atrativo ficar em casa e estudar na Católica ou na Portucalense ou outra universidade privada… e assim gastar em propinas o que “saindo” gastariam em casa e comida, para os que menos estudaram é sempre um bom prémio…).
Na região, UBI e IPG conseguem manter a rota de sucesso dos últimos anos. A UBI afirmando-se como uma universidade com grande capacidade de atração.
E o IPG mantendo o melhor rumo da sua história – este ano, na 1ª fase, o Politécnico da Guarda consegue ter quase o dobro dos alunos de há cinco anos. E não fosse a situação anómala de a Engenharia Civil não ter “pretendentes”, situação similar à de outros estabelecimentos, a que se junta estranhamente Engenharia Topográfica ou inexplicavelmente o menor interesse por Informática (que já foi um curso de referência no IPG e que noutros estabelecimentos, porventura com menos qualidade, esgotam as vagas…) mas, claramente, o IPG volta a ser uma instituição com presente e futuro.
Um novo país
“O Politécnico da Guarda consegue ter quase o dobro dos alunos de há cinco anos”