TrancastNut – em Trancoso do castanheiro à castanha e desta ao prato. Conheça-nos

« Bem sabemos que para se terem árvores saudáveis e se produzir boa castanha temos de ter árvores bem “alimentadas”.»

O telefona toca! …É da Câmara de Trancoso! Deve ser para nos avisar de mais um dia aberto do castanheiro! Esta poderia ser a reação de um dos cerca de 200 agricultores não só do concelho de Trancoso, mas também dos municípios vizinhos, quando contactados no âmbito das ações previstas no Protocolo de Cooperação entre a Câmara Municipal de Trancoso e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Aos poucos o protocolo vai fazendo a sua caminhada, ganhando a necessária credibilidade junto das “gentes da castanha” e ajudando a reforçar a produção de castanha no concelho. De acordo com o RGA 2019, entre 2009 e 2019, a área de castanheiro no concelho aumentou 22%, sendo em 2019 de 1.641 hectares. A colaboração teve início em 2015 tendo até hoje sido realizados 28 dias abertos, abordando as questões de forma muito prática e com muita prática pelo meio. Para isso foram escolhidos soutos demonstração onde todos “ajudam” um pouco e aprendem e onde se fazem as experiências: aplicação de fertilizantes, tratamentos contra o bichado e a tinta, etc. Para ajudar a melhorar a castanha martaínha fez-se um programa de seleção das melhores castanhas Martaínha para se chegar às melhores árvores e, a partir daí, instalar cópias destas no banco de germoplasma que entretanto se montou. Trata-se de um souto onde se estuda também a afinidade dos porta-enxertos ColUTAD, Ca90 e Marsol com a variedade Martaínha.
Bem sabemos que para se terem árvores saudáveis e se produzir boa castanha temos de ter árvores bem “alimentadas”. Por isso, ao longo destes anos foram realizadas cerca de 1.000 análises químicas de solo para ajudar os agricultores a aplicarem os adubos e corretivos certos nos seus soutos.
Entretanto, fruto do sucesso alcançado na cultura do castanheiro, o protocolo com o município passou a abranger a vinha e o vinho, o olival e a fruticultura em geral, numa demonstração cabal da mais-valia deste trabalho.
Simultaneamente, quatro vezes por ano organizamos workshops para promover a transformação da castanha, numa dimensão doméstica, para que todos vejam, provem e possam depois fazer em casa. Acreditem… Têm saído destes workshops receitas absolutamente fantásticas. Por isso queremos também envolver os restaurantes, bem como as escolas neste desafio. Comer melhor, significa também escolher receitas que contenham castanha. É importante que os nossos visitantes possam ter disponíveis nos cardápios dos restaurantes pratos com castanha e as crianças aprendam a comer castanha.
E assim vão correndo as atividades do protocolo TrancastNut. Não perca a oportunidade. Se ainda não conhece contacte-nos! Há sempre lugar para mais um!

* Professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e coordenador do TrancastNut

Sobre o autor

José Gomes Laranjo

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