Sexta-feira Santa

Escrito por Jornal O INTERIOR

Nasce o dia. Abre a flor perfumada
seu cálice de oiro, à luz da manhã.
Em nuvens de fogo vem a madrugada…
Que linda ela é! Tão pura e louçã!…

O vento calou-se;
A Terra gemeu;
No céu, cor de fogo,
o luto apareceu.

Sobe o Sol doirado, no infinito,
farol do mundo,
luz de amor bendito,
Sol quentinho do Deus meu

… E o luto apareceu

Ouvem-se agora, piar cotovias,
rezam baixinho os vales e os montes;
o mundo ajoelha, os rouxinóis choram,
as rosas murcharam, secaram as fontes.

O vento soltou-se,
A Terra uivou…
Tudo o mais calou-se.Que dia é este,
tão cheio
de guerra e temor!?…

É o dia da morte e do luto,
o dia do amor.
O sol já não brilha, no além…
Silêncio… Silêncio…
E horemos também.

A Terra uivou…
tudo se calou
e parou…

Tudo está consumado,
nessa cruz;
abre os teus olhos
teus lábios, meu Jesus.
Diz ao mundo que és Deus,
verdade, luz,
que a Terra acendeu,
quando Te matou,
nessa Cruz.

Quem tu gemeu!…
A rosa prendeu!…
E a Terra viveu!…

Maria Alice Martins, autora do livro de poesia “Grão de Mostarda”,
Vila Franca das Naves

Sobre o autor

Jornal O INTERIOR

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