Selma Uamusse

Escrito por Jornal O Interior

Joana Rebelo

Selma Uamusse é uma cantora moçambicana estabelecida em Portugal desde 1988, quando tinha apenas 6 anos. Canta profissionalmente desde os 18 anos e alguns anos mais tarde abandona a engenharia, a sua área de formação, para se dedicar exclusivamente à música.

Começa por fazer parte de um grupo de gospel e é convidada a integrar a banda WrayGunn. Também a colaboração que manteve com Rodrigo Leão e outros artistas, como Cacique’97 e Gospel Collective, foram algumas das experiências que lhe permitiram encontrar o seu próprio caminho artístico e conferiram uma versatilidade característica que lhe permite explorar diversos géneros musicais como o rock, afrobeat, passando pelo gospel, soul e jazz.

O seu primeiro álbum, intitulado “Mati”, lançado em 2018, comemora a cultura moçambicana, as suas raízes e todo o seu percurso e evolução musical ao longo dos anos, trazendo novos ritmos, instrumentos, influências e uma interpretação não só em português, mas também em inglês e nalguns idiomas nativos moçambicanos, como o changana ou o chope.
Após o lançamento deste primeiro álbum e todo um esforço em adquirir a sua própria sonoridade, o segundo projeto, “Liwoningo”, ou “luz” em chope, é desenvolvido com mais espontaneidade e, apesar de ter sido adiada, a apresentação deu-se na fase de desconfinamento em julho deste ano, também como forma de destacar a importância das artes, especialmente no momento em que vivemos. Neste segundo álbum encontramos colaborações de alguns artistas moçambicanos e a exploração de línguas do norte e sul de Moçambique.

Para além de uma forma de representação da sua cultura moçambicana e de todas as influências que recebe de Portugal e de outros países, a música que Selma Uamusse cria desempenha também um papel fundamental na consciencialização dos ouvintes, tocando em assuntos, não só ligados à comunidade moçambicana ou a situações que ocorrem no país neste momento, mas, a nível global, sempre com uma importante mensagem de
esperança, tolerância e amor universal.

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Jornal O Interior

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