Rubéola

A rubéola é uma doença viral contagiosa, transmitida de pessoa para pessoa através de gotículas respiratórias libertadas ao falar, tossir ou espirrar. Embora muitos casos sejam assintomáticos ou apresentem sintomas ligeiros, a infeção pode causar complicações graves, especialmente em mulheres grávidas.
Os primeiros sinais da rubéola surgem, habitualmente, entre 12 e 21 dias após o contacto com o vírus. Os sintomas mais comuns incluem febre baixa, dor de cabeça, tosse, dores articulares e gânglios linfáticos palpáveis na zona da nuca e atrás das orelhas. Além disso, um dos sinais mais característicos da doença é o aparecimento de erupções cutâneas avermelhadas, que começam no rosto e se espalham pelo corpo.
Apesar de ser uma infeção geralmente ligeira, a rubéola representa um risco significativo para mulheres grávidas, sobretudo no primeiro trimestre da gestação. Se o vírus for transmitido ao feto, pode resultar na Síndrome da Rubéola Congénita, uma condição associada a complicações graves, como surdez, cataratas, malformações cardíacas, deficiência intelectual, microcefalia e, em casos mais severos, aborto espontâneo.
O diagnóstico da rubéola é feito com base na análise dos sintomas e confirmado por exames de sangue que detetam a presença de anticorpos contra o vírus. Como não existe um tratamento específico para a doença, os cuidados médicos focam-se no alívio dos sintomas, recomendando-se repouso, hidratação adequada e isolamento para evitar a transmissão.
A forma mais eficaz de prevenção é a vacinação. A vacina VASPR (que protege contra a rubéola, o sarampo e a parotidite) faz parte do Plano Nacional de Vacinação e deve ser administrada em duas doses: a primeira aos 12 meses e a segunda aos 5 anos de idade. A imunização também é recomendada para adultos que não tenham sido vacinados anteriormente, especialmente mulheres em idade fértil, desde que não estejam grávidas.
A vacinação em larga escala tem sido essencial para a redução dos casos de rubéola e para a prevenção da Síndrome da Rubéola Congénita. Assim, é fundamental que a população mantenha o esquema vacinal atualizado, contribuindo para a erradicação da doença e para a proteção dos grupos mais vulneráveis.

* Interna do 2º ano de formação especializada de Medicina Geral e Familiar na USF “A Ribeirinha”

NR: A rubrica “ABC Médico” é da responsabilidade do grupo de Internato Médico da ULS da Guarda e pretende aumentar a literacia em saúde na área do distrito da Guarda. O objetivo desta coluna mensal é capacitar a comunidade a fazer parte integrante do seu processo de saúde/doença, motivando-a para comportamentos de vida saudáveis e decisões adequadas. Para tal, são escolhidos temas pertinentes que serão apresentados por ordem alfabética.

Sobre o autor

Rafaela Coelho da Silva

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