A Retinopatia Diabética (RD) é uma das causas mais comum, no mundo, de perda de visão e uma complicação crónica e silenciosa da Diabetes, que afeta os olhos e pode levar à perda parcial ou total da visão.
A RD pode desenvolver-se em qualquer pessoa com Diabetes, seja do tipo 1 ou 2, e é mais comum em pessoas que apresentam um mal controlo desta doença. A grande maioria dos doentes que desenvolvem RD não apresenta sintomas até estádios muito avançados da doença. Os sintomas incluem visão turva, manchas flutuantes, visão enevoada, diminuição da visão noturna, alterações na visão das cores e perda de visão central.
A RD é classificada em duas categorias principais: não proliferativa e proliferativa. Na não proliferativa, os vasos sanguíneos da retina tornam-se anormalmente permeáveis, resultando num edema macular (acúmulo de fluído na parte central da retina) e exsudatos duros (depósitos de proteína e gordura na retina). Na forma proliferativa, os vasos sanguíneos da retina fecham-se e novos vasos anormais crescem na retina, que são frágeis e propensos a sangramento.
Como a taxa de progressão pode ser rápida, deve ser realizado um bom controlo da doença, incluindo um seguimento consistente em consulta e a toma regular da medicação a fim de evitar as várias complicações da Diabetes.
Desta forma, é fundamental que o doente diabético realize o rastreio da RD anualmente caso não haja alterações.
Em resumo, a RD é uma complicação grave e silenciosa da Diabetes que pode levar à cegueira. Para isso, é essencial manter a doença controlada com seguimento regular em consulta e toma de medicação habitual, evitar o tabagismo, praticar exercício físico regularmente e manter uma alimentação saudável e equilibrada.
* Médica interna de Medicina Geral e Familiar na USF “A Ribeirinha” (Guarda)
Orientadora: Dra. Ana Isabel Santos
NR: A rubrica “ABC Médico” é da responsabilidade do grupo de Internato Médico da ULS da Guarda e pretende aumentar a literacia em saúde na área do distrito da Guarda. O objetivo desta coluna mensal é capacitar a comunidade a fazer parte integrante do seu processo de saúde/doença, motivando-a para comportamentos de vida saudáveis e decisões adequadas. Para tal, são escolhidos temas pertinentes que serão apresentados por ordem alfabética.