Precisamos de mais competitividade

Escrito por Orlando Faísca

Em 2023, vamos estar ainda mais próximos das empresas do distrito, pois também nós estamos a adotar novas ferramentas de produtividade com o objetivo de criarmos mais valor para as nossas empresas.

A competitividade da economia está limitada às políticas do estado central e da conjuntura internacional. De acordo com ranking de Competitividade fiscal, Portugal é o 3º pior País da OCDE, ficou na 36ª posição entre 38 países. Ora, os elevados impostos não contribuem para o crescimento das nossas empresas bem como são um entrave ao investimento. Necessitamos urgentemente que o Governo alivie a carga fiscal às empresas e às pessoas, nomeadamente nos territórios de baixa densidade.
As portagens são atualmente um elevado custo de contexto para a economia regional, reduz a nossa competitividade e atratividade, sendo que o NERGA continua empenhado na Reposição das SCUTs com a abolição das portagens na A23, A24 e A25 e, acreditamos que o nosso movimento irá contribuir para melhorar as atuais condições ainda em 2023.
O plano de mobilidade intermunicipal quase que não existe, pois não permite que trabalhadores de um concelho consigam aceder a transportes públicos para trabalharem num outro concelho em tempo útil, necessitamos que as CIM deem resposta a estas necessidades prementes.
Em 2023 irá arrancar o Portugal 2030, sendo que o próximo quadro comunitário permitirá alavancar o investimento das nossas empresas e a atração de novos recursos humanos. Ora, em toda a Europa existe uma falta enorme de mão de obra e a nossa região não é diferente, pelo que teremos de criar condições diferenciadoras para a sua fixação e atração. É necessário que as empresas invistam em ferramentas que lhes permitam aumentar a sua produtividade, nomeadamente ao nível da gestão de projetos, de organização, CRM de vendas, gestão do tempo, entre outras. Para produzir mais não é necessário trabalhar mais horas! Só com empresas mais produtivas será possível criar maior valor e atrair talento. Sim, é difícil atrair talento para as nossas empresas, mas a única fórmula de o conseguirmos é proporcionar-lhes um ecossistema acolhedor e atrativo, nomeadamente boas condições salariais, formação profissional de qualidade, flexibilidade de horários, trabalho remoto, possibilidade de crescimento na carreira, ambiente propício à inovação, e com ensino e saúde de qualidade,… Jamais iremos conseguir atrair talento, ainda que oriundo da região e que estudou e que faz carreira nos grandes centros, com o discurso, de que “com mil euros aqui consegues ter melhor qualidade de vida do que com 1400 em Lisboa”. Não é só com o bom ar da Guarda que vamos atrair os nossos jovens!
O Plano Ferroviário Nacional está em consulta pública até 28 de fevereiro e é necessário assegurar que o corredor ferroviário de alta velocidade principal e o de transporte de mercadorias sejam construídos entre Aveiro, Vilar Formoso e Salamanca, e que Espanha esteja alinhada com esta estratégia. Garantir a alta velocidade e o transporte com comboios de mercadorias de até 1500 metros de longitude, em bitola europeia, será sem dúvida uma vantagem competitiva para toda a Beira Interior, pelo que é necessário a região organizar-se e pressionar as entidades decisórias para as vantagens da promoção do desenvolvimento da região.
Em 2023, vamos estar ainda mais próximos das empresas do distrito, pois também nós estamos a adotar novas ferramentas de produtividade com o objetivo de criarmos mais valor para as nossas empresas.

* Presidente da direção do NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda

Sobre o autor

Orlando Faísca

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