Começou no passado sábado, no Instituto Politécnico da Guarda (IPG), a pós-graduação em Logística desenhada em parceria com a Associação dos Transitários de Portugal – APAT e com empresas do setor. Com os olhos postos no futuro Porto Seco que irá funcionar na Guarda-Gare, este curso de especialização avançada irá preparar quadros para as empresas de gestão, de transporte e de distribuição de mercadorias que se irão instalar nessa futura infraestrutura logística.
A montagem de um Porto Seco na Guarda – em parceria com a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) – terá uma importância fundamental para a região, uma vez que nele poderão passar a ser despachadas ou levantadas mercadorias com as mesmas facilidades logísticas, alfandegárias e fiscais oferecidas pelos portos do litoral. Ou seja, a Guarda passará a ser um acesso fácil, e virtualmente direto, ao transporte marítimo.
Será um negócio muito rentável. Quem o afirma é a própria APDL, que quer ser a dona do empreendimento. É a APAT, que representa o “lobby” das empresas do setor. E são empresas como a ACI, a Transportes Bernardo Marques, a Coficab, a Olano ou a Sodecia, as quais são parceiras do Politécnico na organização da pós-graduação.
Para esta terça-feira estava marcada a apresentação pública da pós-graduação com a presença de duas ministras – Ana Abrunhosa e Ana Mendes Godinho – e do novo presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa.
Como este texto foi escrito antes da sessão se realizar, não vou especular sobre o que lá se afirmou. Mas o que posso afirmar sem ter assistido é o seguinte: neste longo, e lento, caminho para colocar a funcionar uma infraestrutura tão estratégica, só o IPG tem feito o seu trabalho a tempo e a horas!
O Governo – o cessante e os anteriores, do PS e do PSD-CDS – não têm feito mais do que adiar um projeto que tem tudo para dar certo! A Câmara da Guarda, embora acarinhe o projeto, não encontrou até agora em nenhum dos seus presidentes anteriores um protagonista à altura para, em Lisboa, desbloquear as decisões que façam a APDL e a CP aplicarem, da forma certa, as verbas europeias que existem para o Porto Seco.
A este processo chegou, há dois meses, um novo protagonista: Sérgio Costa, presidente da autarquia desde setembro. Se conseguir tirar do papel um projeto que há tantos anos está na gaveta, já terá um grande triunfo no seu mandato. Dificilmente encontrará, nesta década, um projeto mais estratégico para a cidade da Guarda e para o seu concelho.
* Dirigente sindical