Muito antes do “Charlie Heddo” já o limite à liberdade de expressão e de humor eram testados por cá numa última ceia do “Herman Zap”, num cartoon com João Paulo II e Bento XVI e na memória do jornal dinamarquês “Jyllands Posten”.
A plenitude do exercício da liberdade de expressão é indiscutivelmente um meio de afirmar todas as outras liberdades constitucionais, que nem os conselhos (técnicos) dos profetas da desgraça conseguem fazer valer. Recordam-se seguramente do aviso aos divorciados de um primeiro casamento que deviam abster-se de ter relações sexuais ou das afirmações acerca da indissolubilidade do matrimónio, onde é recordado aos cônjuges de se não valerem da faculdade civil de requerer o divórcio, apelando aos cidadãos que não exercem direitos que a lei lhes confere.
Eubúlides sempre afirmou «quando estão a mentir o que dizem é verdade ou é mentira?».
Quando a base de sustentação é o embuste na tentativa de amarrar as mentes livres e outras que procuram a liberdade, manipulando sentimentos, ameaçando com o fogo eterno, percebe-se o medo da tecnologia, da cultura e da ciência.
Bertrand Russell deu uma mãozinha para vermos o mundo de forma diferente e, se foi Deus que criou o Homem, pergunta-se se, afinal, não foi o Homem que criou Deus, entroncando isto no conceito do bem e do mal, da fonte da origem de tudo, que, pelos vistos, não se consegue explicar nem tão pouco compreender, que de forma esquisita é esclarecido por três palavrinhas mágicas “mistério da fé”.
Os politicamente corretos que, entretanto, vão cerceando a liberdade citam Deus, os seus mandamentos, batem com a mão no peito apelidando-se pecadores, condicionando princípios e valores, sem contudo terem a coragem necessária para denunciar as benesses que o Estado outorga à cáfila clerical onde o laicismo é figura constitucional de retórica para inglês ver.
E se a interrupção voluntária da gravidez, o casamento gay, a implementação da educação sexual nas escolas, a procriação medicamente assistida, o reconhecimento das uniões de facto, a contraceção e provavelmente a eutanásia são temas que conseguiram ser exequíveis, olhemos para a “Porta dos Fundos” para que consiga abrir as cortinas, devendo o Estado acabar com o regabofe católico, não resolvidos nem na 1ª, 2ª e 3ª República, pois se assim não for o melhor é virar o cu para Meca e pedir a Maomet que lhes dê 100 chicotadas. Caso contrário iremos todos morrer de rir…