Pluralismo e debate eleitoral

Conhecidos que estão os candidatos a deputados às próximas eleições legislativas, agora entramos no tempo de perceber os programas a sufragar. Claro que, a maioria das vezes, o voto é decidido emotivamente, pela militância, a ideologia, a opção, a emoção, o entusiasmo do momento, mas todos os candidatos têm a obrigação de apresentar propostas, de as explicar e defender. E o eleitor deve conceder a todos os candidatos a possibilidade de as expor e defender.
A imprensa tem sempre um papel essencial na vida democrática, pelo escrutínio e informação, ainda mais importante em tempo de eleições. Neste sentido, a Comunicação Social (OCS), no exercício da sua missão e serviço público, informa e divulga as notícias mais relevantes sobre as candidaturas, os respetivos projetos e ideias; questiona os candidatos sobre as incidências e “promessas”; informa sobre o ambiente e momentos da campanha; promove a pluralidade de opinião; divulga, analisa e comenta os resultados. E promove o debate durante a campanha para melhor esclarecimento do cidadão – dos leitores.
Para além do acompanhamento informativo, editorialmente relevante, o Jornal O INTERIOR irá, a exemplo do que tem sucedido em anteriores eleições, organizar entrevistas e debates que possam contribuir para o melhor esclarecimento dos eleitores da região e para a valorização e explanação dos programas das diferentes candidaturas.
Assim, a exemplo do que sucedeu em eleições anteriores, o Jornal O INTERIOR, em parceria com a Rádio Altitude e o Nerga-Associação Empresarial, irá organizar dia 9 de maio o grande debate do distrito da Guarda, com os cabeça de lista dos partidos com assento na Assembleia da República (de acordo com o resultado das eleições legislativas de 2024). Depois, dia 15, iremos também promover com a Rádio Altitude um debate, “frente-a-frente”, entre as cabeça de lista dos dois partidos mais votados nas últimas eleições – Aida Carvalho, pelo PS, e Dulcineia Catarina Moura, pelo PSD. E também os pequenos partidos, que não terão lugar nos debates previstos, poderão contatar-nos para revelarem o seu programa e propostas. A todos, considerando os nossos meios (poucos para poder acompanhar e informar sobre tudo o que se passa na região), procuraremos dar voz de forma plural e proporcional – considerando o especial papel dos OCS na garantia do princípio da igualdade de oportunidades e de tratamento das diversas candidaturas, consagrado no artigo 113.º, n.º 3, al. b), da Constituição da República Portuguesa, e sendo certo que o princípio orientador fundamental da cobertura jornalística em período eleitoral é, à luz da Lei n.º 72-A/2015, a liberdade editorial e a autonomia de programação, devendo observar o equilíbrio, representatividade e equidade no tratamento das notícias relativas às diversas candidaturas.
Já aqui falámos muitas vezes dos assuntos que irão marcar o debate entre partidos, no país e no distrito, da ética, à saúde, passando pela habitação, a agricultura, o desenvolvimento regional e a coesão territorial, a emigração nomeadamente dos jovens do nosso distrito e os imigrantes que chegam, as portagens ou a educação. Mas gostaríamos de saber outras preocupações dos cidadãos da região e confrontar os candidatos com essas questões. Por isso, vamos tentar incluir nas nossas perguntas aos protagonistas políticos outros assuntos – questões que tenham a ver especificamente com o interior: Gostaríamos que os nossos leitores nos enviassem por mail para ointerior@ointerior.pt ou para a nossa página facebook.com/ointerior outros assuntos e problemas que gostassem de ver discutidos. O nosso contributo para uma sociedade mais culta e informada também se faz pela participação cívica e a participação cidadã de todos.

Sobre o autor

Luís Baptista-Martins

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