A morte do arquiteto Ribeiro Telles fez-me regressar aos anos 80.
Adolescente e pouco conhecedor dos sinais que nos iam chegando sobre os movimentos ecologistas, o então presidente do PPM alertou-nos nesses tempos distantes de que tínhamos de mudar os comportamentos e a forma como tratávamos a Natureza. Ele foi a minha referência na defesa do ambiente; ele foi o primeiro a despertar-nos para a defesa do meio-ambiente.
Ainda outros defendiam políticas de desenvolvimento assentes na indústria poluente ou nos combustíveis fósseis, já Ribeiro Telles se indignava com o crescimento da poluição e os caminhos de destruição ambiental.
Arquiteto paisagista com «um dom especial», Ribeiro Telles foi o farol da minha geração para a necessidade de olharmos para sustentabilidade do planeta.
Morreu sem ver o mundo levar a sério as consequências das alterações climáticas; 98 anos de uma vida dedicada à Natureza e um legado da causa ambiental como poucos; os que gostamos de viver neste planeta nunca esqueceremos a lição de vida e os conselhos de fruição do espaço natural que Ribeiro Telles nos deixou ao longo de uma intensa e longa vida.
Viver a Natureza e cuidar o meio-ambiente será sempre uma forma de homenagear o primeiro ecologista português. Obrigado!