Pela Guarda, pela Arte, pela Cultura

Escrito por Hélder Sequeira

“O Centro Cultural da Guarda é uma instituição que continua a desenvolver o seu projeto, intervindo no quotidiano citadino através das suas várias valências. “

O Centro Cultural da Guarda (CCG) comemorou, no passado sábado, o 61º aniversário e homenageou Manuel Fernandes Lopes, antigo colaborador e dirigente, falecido em setembro. Uma justa homenagem a um homem que serviu, dedicadamente, o CCG durante 33 anos, como colaborador e dirigente.
O seu nome passou a figurar, desde o passado dia 18 de novembro, numa sala do Centro Cultural da Guarda, instituição que, através da sua direção, evocou e distinguiu Rosa Nunes (a dinamizadora e um dos rostos do conhecido Conjunto Rosinha) pela sua atividade e empenho em servir o lema do CCG.
A direção do Centro Cultural da Guarda aproveitou a sessão solene comemorativa – onde foi sublinhado o papel do associativismo e a dedicação dos elementos que integram os diferentes setores – para a apresentar a página do CCG na Internet, disponível em centroculturaldaguarda.pt.
O Centro Cultural da Guarda é uma instituição que continua a desenvolver o seu projeto, intervindo no quotidiano citadino através das suas várias valências.
Compreenderemos melhor a sua eminente função cultural e social se recuarmos à primeira metade do século XX e remetermos os nossos leitores para panorama cultural da Guarda, nessa época; período onde foram registadas distintas fases, entre as quais se evidenciaram o teatro e a música.
Nesta última área destacaram-se os Orfeões Egitaniense e o Egitânia, bem como a Banda do Regimento de Infantaria 12 que animava as tardes de domingo na Praça Velha e, depois, no jardim José de Lemos, conhecido por Campo.
Em 1956 nasceu uma delegação do Movimento Pró-Arte (organização lisboeta dedicada, essencialmente, à música) que despertou muito interesse nos meios intelectuais, propondo-se oferecer música de qualidade. O Montepio Egitaniense acolheu esta delegação, tendo sido criado um curso de música, destinado a todos os interessados.
Por essa altura começou a germinar a ideia de uma nova estrutura vocacionada para a cultura. «A criação do Centro Cultural da Guarda foi um sonho lindo, tornado realidade por um grupo de guardenses apaixonados pela música, presididos e orientados pelo Dr. Mendes Fernandes e galvanizados pelo entusiasmo e persistência do Dr. Virgílio de Carvalho».
Foi este grupo que, sensibilizando a direção do Montepio Egitaniense, passou a dispor de um salão onde promoveu audições musicais, abertas ao público, empenhando-se, igualmente, no desenvolvimento de uma ação formativa. A atividade da delegação da Pró-Arte não teve a continuidade desejada e surgiram alguns interregnos.
Após um período de alguma estagnação, em termos de atividade, os dinamizadores do referido núcleo cultural concluíram, definitivamente, pela necessidade de uma instituição que funcionasse como plataforma impulsionadora de projetos e incrementasse a formação musical.
O Dr. Virgílio de Carvalho presidiu à Comissão Promotora do Centro Cultural e estatutos foram apresentados, para a devida aprovação ministerial, em 17 de novembro de 1962.
A história do Centro Cultural da Guarda é o somatório da ação e empenho de muitas personalidades e outrossim dos contributos dos seus associados, em especial aqueles que intervieram, ativa e diretamente, nas atividades das várias secções. A identidade desta instituição guardense tem sido, ao longo destes 61 anos, preservada e suportada pelas pedras basilares do lema que o CCG adotou desde o seu nascimento.
O seu percurso assenta, assim, numa convergência de esforços, mas muito deve a personalidades que, com a sua cultura, saber, entusiamo e capacidade de realização souberam manter e revitalizar um projeto de grande alcance cultural e social; tiveram uma consciência clara das dificuldades sem nunca desistirem nem perderam a esperança. Uma predisposição que ficou também clara nas palavras proferidas pelo presidente da direção do CCG, Albino Bárbara, no decorrer da sua intervenção na sessão solene comemorativa do 61º aniversário.
Parabéns por mais um aniversário e pela defesa, intransigente, do seu lema: “Pela Guarda, pela Arte, pela Cultura”.

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Hélder Sequeira

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