Eles foram correr mundo,
mas voltaram, estarrecidos
e doridos!…
– Tu viste, João, a miséria, a guerra,
a fome, que alastram
por toda a Terra?!
– Vi, e fiquei até aterrado, a sofrer,
por não poder valer…
– Pois, olha João,
eu acho que tu tens
um certo valor,
ao teu dispor…
– Mas, eu sou um pobre de Cristo,
não tenho mesmo nada…
… Só o deserto é meu,
E Deus do Céu.
– Ah! Pois eu afirmo
que tu tens com que matar a fome,
a uma família pobrezinha,
a viver mal,
sem ter nada que comer,
neste Santo Natal!…
– Cada vez percebo menos,
o que estás a dizer…
Pois eu juro que não tenho nada,
nadinha,
p’ra matar a fome,
a esta gentinha…
– Ai não tens?!… Não é teu
esse borreguinho que tensa aí, aos pés?!
Podes matá-lo e dá-lo a comer…
ou, então, vendê-lo, e comprar pão,
p’ra matar a fome ao nosso Irmão.
– Ah!? Então TU queres que Te venda
ou Te mate, à pancada
ou à facada?!?!…
– Credo, o que estás a dizer, a inventar!…
{[(Agora é que estou baralhado…)]}
Que tenho EU a ver com o teu cordeiro
tão fagueiro?!…
– Então TU não sabes que este anho és TU,
o santo “Agnus Dei, qui tollit peccata mundi…!?
– Ah! Oh! Ih! não sabia,
desconhecia,
e, nem a sonhar, ou acordado,
eu adivinhava tal fado!!!…
Sendo assim, tens razão, não mates
o teu cordeiro,
que sou EU, o Jesus verdadeiro.
E então, por hoje,
vimos os 4: o Jesus e o Joãozinho,
a Alice e o Agostinho,
com o terno borreguinho, no regaço,
trazer-vos 1 grande abraço
e um guloso beijinho!
neste Natal tão fofinho!…
Maria Alice e Agostinho Martins, Vila Franca das Naves