Mas que grande confusão
Caiu no seu coração!
O nosso doce Menino Jesus
resolveu voltar à nossa terra,
mas fugiu, estarrecido, confundido,
magoado, admirado….
Afinal, estou muito enganado
pois, não é Natal,
é mas é Carnaval!
E, como todos os bons filhos.
foi desabafar com sua querida Mãe,
que, afinal, é nossa, também.
– Ó mamã, eu julgando que era Natal,
desci à Terra dos meus irmãos,
mas errei e voltei arreliado
e danado, convencido que, lá em baixo,
não era Natal, mas sim Carnaval.
– Ó minha riqueza, pois eu afirmo-Te
que Natal é que é, com toda a certeza.
Eu, até já aqui tenho, a prendinha p’ra Ti:
umas meias branquinhas,
todas rendadinhas,
e outras, muito quentinhas,
para S. José,
feitas em croché.
Mas olha, Amor, vai falar
com Teu Pai do Céu
que ele sabe mais do que Tu e Eu.
(E lá foi à corte celestial…)
– Ó Papá, que aconteceu
que, na Terra, anda tudo mascarado,
sem darem beijos nem abraços,
e de coração apertado?!…
– Olha, Meu Filho, andam mascarados para se livrarem
duma grande pandemia,
que, os aflige, noite e dia,
e, já matou muitos velhinhos
e até os pequeninos.
– Ó Paizinho, e porquê?
– Porque os Teus Irmãos esqueceram-se de Mim,
pisam os meus mandamentos e até os sacramentos,
sem dó nem piedade,
tanto na aldeia,
como na cidade.
– Ó Papá, mas tem pena deles!…
Eu vou Chamar a MariAlice
e o Agostinho João
e, mão na mão,
vimos bater à porta,
dos seus amigos mais queridos,
e pedir-Vos que os livres
deste grande mal
e passem um Santo Natal,
com muita Luz,
muito bem querer,
muita Alegria
em doce companhia.
Maria Alice e Agostinho Martins.
Vila Franca das Naves