Passividade

Escrito por Diogo Cabrita

“Dizer uma frase, ou afirmar uma certeza, ou garantir uma opinião de alguém, ou de uma instituição, tem por inevitável o excesso ou o desprimor, ou a ilegítima colagem, ou até o distanciamento excessivo.”

O fenómeno da variação interpretativa das várias consequências de cada uma das palavras ou gestos é o que nos torna pequenos na dimensão do mundo. Dizer uma frase, ou afirmar uma certeza, ou garantir uma opinião de alguém, ou de uma instituição, tem por inevitável o excesso ou o desprimor, ou a ilegítima colagem, ou até o distanciamento excessivo. Assim, se digo passivo do Serviço Social estou a lavrar uma inatividade. 1- Não serão, mas muitas vezes parece. 2- Não conseguem chegar a tudo porque a realidade é mais vasta do que a minha afirmação garante. 3- E no entanto a especificidade aplica-se ao facto que me conduziu à sentença. O problema deste facto é o tempo de reflexão, antes da afirmação, conseguir perpassar toda a realidade sumariamente, aplicando-se pois um processo frenador no que parece um julgamento. Eles são todos ladrões! Só pode ser falso, mas diz-se sem pudor e sem fundamentar mais do que com as exceções mediáticas. Essa é a realidade que o jornalismo passou a representar: o julgamento irrefletido através de um imaginário que converte em ícones o que é invulgar.

Sobre o autor

Diogo Cabrita

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