Os estratos

Escrito por António Costa

“Com base nestes seis princípios, os dois raciocínios básicos das investigações estratigráficas são o da sobreposição e o da sucessão faunística.”

A datação relativa das rochas requer um conjunto de princípios básicos que são especificados a seguir e que permitem aprofundar as características das marcas que os eventos deixaram na crosta terrestre.
Em Geologia, o estrato é definido como cada uma das camadas minerais homogéneas que se sobrepõem num determinado terreno sedimentar. Os princípios de datação relativa dos estratos rochosos das rochas podem ser divididos em seis. O princípio da horizontalidade original determina que os estratos foram sempre depositados de forma horizontal. O da continuidade lateral define que a idade dos estratos é homogénea em toda a sua extensão. O princípio da sobreposição propõe que o estrato inferior é mais antigo que o superior. O princípio do uniformizo determina que, na história da Terra, as leis que regem os processos geológicos nunca mudam. O princípio do atualizo é o que define que os processos geológicos atuais são idênticos aos que tiveram lugar no passado. O princípio da sucessão da fauna e da flora sustenta que, mesmo a níveis diferentes, as afinidades dos restos fósseis de animais determinam a analogia dos estratos.
Com base nestes seis princípios, os dois raciocínios básicos das investigações estratigráficas são o da sobreposição e o da sucessão faunística. O primeiro foi proposto, em 1669, por Nicolau Steno, geólogo dinamarquês, que defendeu que os estratos de rocha e depósitos semelhantes formaram-se quando foram depositadas partículas no fundo de um fluído (como a água) formando jazidas horizontais. Desta forma, as jazidas de rochas formaram-se na posição horizontal, e a camada de sedimentos inferior foi depositada primeiro e a superior depois, e qualquer desvio desta posição foi provocada por uma causa posterior à formação da referida jazida. Ou seja, as camadas da crosta do nosso planeta contêm a sua própria história. Steno também propôs o princípio da horizontalidade.
O princípio da sucessão faunística foi proposto, em 1799, pelo geólogo britânico William Smith, que utilizou fósseis como base para caracterizar, subdividir e correlacionar os estratos de uma área e de outra. De origem humilde e geólogo de vocação, William Smith elaborou o primeiro “mapa geológico” de Inglaterra, Gales e uma parte da Escócia. Com este objetivo utilizou os fósseis para reconhecer as rochas. Fez importantes avanços em geologia histórica reparando, por exemplo, que os fósseis que se encontram nas rochas da base de uma colina não são os mesmos que se encontram no cume e que cada estrato possui os seus fósseis característicos. Foi esta afirmação que lhe permitiu formular, mais tarde, o princípio da sucessão da fauna e da flora.

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António Costa

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