Olhar para 2019, desde a mais alta de Portugal

O que esperar de 2019?
O que podemos esperar (e devemos recear) de 2019? O INTERIOR voltou a desafiar personalidades, autarcas, políticos e jornalistas a partilhar a sua opinião sobre o novo ano, bem como as suas aspirações, preocupações e anseios. Nesta edição publicamos os primeiros contributos, mas há mais para ler nas próximas semanas.

O ano 2019 não se afigura, à partida, fácil. Será um ano de campanhas eleitorais, de abrandamento da economia, e de confronto e debate (nem sempre construtivo). Indubitavelmente, será um ano de desafios e decisivo para a nossa região, para o país e para a Europa. Este será também um ano que clama por um impulso de verdade e clarividência, que não pode abrir espaço de manobra às “fake news” e ao marasmo na intervenção e no exercício do dever de cidadania, que nos alheie de intervir em prol de um país em risco de colapsar e de uma Europa, que o ampara, na eminência desse colapso. Este 2019 exigirá de todos nós um humanismo revolucionário, capaz de abafar os riscos que o assombram!
No país, entre desaires e desvarios que têm vindo a contrariar o discurso ilusionista de que “está tudo bem!”, eis que a austeridade não se finou, que o interior continua à espera que lhe seja reposta a justiça por via de políticas “radicais”, que se firmem pela ousadia da coragem em contrariar um país a duas velocidades (como presente de fim de ano, temos o anúncio do aumento das malfadadas portagens, entre outros “brindes”); que o desgaste e o colapso dos serviços dão notas de se perpetuarem, lesando o dia-a-dia dos portugueses; a crispação entre sindicatos e Governo continuará a dar prova de que não estamos nem bem nem melhor (veja-se o caso das greves que se anunciam continuar). Afinal, as expectativas de mais um ano que findou foram paulatinamente esmorecendo. Não se trata da anatomia de um pacote de expectativas malogradas. Não! Para 2019, trata-se antes sim de mais um teste à resistência dos portugueses e das portuguesas, cuja condição de vulnerabilidade que nos assiste nos abre o caminho para uma injeção de doses redobradas de fé e esperança.
Então, apagam-se as luzes de 2018, que deu o seu último suspiro, e dá-se início a um 2019, num primeiro e inspirador fôlego, na expectativa de que traga respostas, a sempre renovada esperança, a necessária solidariedade e que esta possa ser repartida na vida pessoal; na vida profissional; na gestão dos territórios, das associações, das empresas e em qualquer que seja a comunidade.
Bem-vindo seja 2019 – encarado com otimismo, força e determinação. Enfim, bem-vindo seja mais um ano, desde a mais alta de Portugal, onde, nos últimos tempos, temos assistido à devolução de uma justa capitalidade, merecida centralidade regional e naquele que é o eixo de ligação à Europa, a par dos preciosos contributos que têm vindo a ser dados ao nível da autoestima coletiva da população guardense.
São os votos que me invadem na partilha, e comigo convivem na cadência do tempo com os momentos de alegria e felicidade – naqueles que dão alento a um brinde entre família e amigos.

* Economista

Sobre o autor

Dulcineia Catarina Moura

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