Na ilha franca da Barataria, Sancho, de pança redonda, olhos de goraz, ávidos de poder, declara todas as teorias inúteis e nem o “savoir-faire” do mestre, Cavaleiro da La Mancha, o consegue demover.
A equipa Rocket ainda não estava toda. Depois do Picachu, do Ash, ainda faltava o Pokemon. Ei-los no oásis desejado, concretizando assim o assunto discutido em confidenciais sessões partidárias, com pareceres de alguns experts, cumprindo assim o objetivo “money for the boy’s”. E a disputa não fica por aqui. O meu gabinete tem mais “boy’s” que o teu. Eu nomeei 5.500. Foram mais 500 que o alaranjado anterior. E isto sem contar com a filha, o tio, o primo ou o cunhado.
Em 1995 havia necessidade de desparasitar o aparelho. Com um inédito, mas cínico, argumento, o princípio de Mirabeau veio ao de cima: «Os Jacobinos quando ministros não são ministros jacobinos». Lá está, bem prega Frei Tomás. Marx tinha convicta certeza que «a história repete-se duas vezes: a primeira como tragédia, a segunda como farsa». A Res (coisa) Pública (património coletivo) coloca de lado os interesses privados e aponta-nos como princípios a equidade, o laicismo, a legitimidade e a dimensão social. É por isso que a ética, a moral, a convicção, a seriedade, a descrição, a imparcialidade e o pluralismo devem estar efetivamente presentes, norteando assim a sociedade democrática em que vivemos.
A propaganda eleitoral, de mundos e fundos, digna de uma tal Leni Riefenstahl, afinal não nos traz qualquer alegria, porque, quer gostem quer não, neste nosso interior profundo, uma simples mentira repetida nem que seja mil vezes jamais se tornará verdade. E quem se lixa… é sempre o mexilhão. Nas sedes partidárias a algazarra é enorme. A proximidade das autárquicas obriga a guerras intestinas onde muitos se colocam em bicos de pés, enquanto outros optam pela contestação sistemática, numa luta fratricida utilizando a guerra do mercado do Bulhão: ditos, tricos e mexericos, obrigando-nos a chegar, apenas e tão só, a uma única conclusão: Não interessa o projeto, a escolha dos melhores, interessa, isso sim, a defesa do próprio umbigo, o “job” que pode vir e mais “money for the boy’s and girl’s”.
Em 1974, Zeca lançou o álbum “Coro dos Tribunais” onde se pode escutar “O que Faz Falta”. Pois bem, tal qual hoje as coisas estão, o do cantor da Liberdade deveria ter acrescentado à cantiga mais qualquer coisa. Não é só preciso avisar a malta ou então dar poder à malta. Agora o que faz (mesmo) falta é arranjar tachos pr’a malta…