Comecemos por falar do sentimento que nos deve unir quando abraçamos princípios e causas, resolvendo problemas comuns, procurando sempre uma maior justiça, defendendo, claro está, todos os valores que estão inerentes à História que o passado tão bem identifica, tantas vezes, levado e elevado à máxima força, utilizando palavras onde o exagero é, sem sombras de dúvidas, o maior denominador, partindo para a ação, fazendo com que o rumo histórico, em algumas ocasiões, seja efetivamente outro e, pelos piores motivos.
Tomemos, por exemplo, tudo aquilo que se passa no Médio Oriente. Sob o pretexto da captura ou assassinato de um membro do Hamas ou do Hezbollah, a conversa da treta propagandística, esbatida e mais que batida, está a destruir pela fome, matando milhares de seres humanos, com a conivência dos grandes e poderosos, numa visível cedência de interesses à extrema-direita sionista de um líder alienado e agarrado ao poder.
No revés da medalha demos uma vista de olhos para o triste episódio que determina uma falta de equilíbrio político do secretário-geral da ONU. Guterres fez questão de não estar presente na cimeira da Suíça, mas aceitou estar ao lado de Putin, em Kazan, mesmo percebendo que o ditador russo queria dar a entender ao mundo que não está isolado e, se já era péssima a presença de Guterres, pior ficou com a vénia reverencial. Contribuiu apenas e tão só para o prolongar da guerra, contestando assim todos os esforços diplomáticos consubstanciados no direito internacional.
Uma outra questão tem a ver com o comportamento vivido (mais uma vez) no Parlamento português, aquando da discussão do Orçamento de Estado. Sou dos que entende que no calor da discussão possam inadvertidamente ser proferidas uma ou outra palavra, epíteto, gesto que não se enquadrem no quadro político mesmo reconhecendo que Suas Senhorias não o devem fazer deliberadamente (infelizmente acontece cada vez com maior frequência), mesmo sabendo que a sua verdadeira missão aconselha o respeito por todos aqueles que votaram e os elegeram e, isto sem esquecer, que aquela casa é “A Casa da Democracia”.
Sei perfeitamente que o escarro que a democracia deixou parir, depois de tudo fazer para chegar ao poder, parte para o insulto, achincalhando tudo e todos num esbracejar que tem, única e exclusivamente, por objectivo o agradar ao seu eleitorado e a mais uns tantos incautos e a outros tantos ingénuos com vista a crescer mais uns pontitos percentuais – e, aqui, permitam-me a franqueza ao afirmar a melhor razão pela qual não assinei a petição que pretende levar alguns desbocados cheganos à justiça por existência de exageros e apelos à violência. Não lhes devemos permitir que posteriormente possam vociferar serem vítimas do sistema, sistema esse em que tão bem encaixam e tão bem sabem utilizar. A sabedoria popular sabe do que fala: “Os cães ladram e a caravana passa” e “vozes de burro não chegam ao céu”.
Tempo ainda para olhar para o país vizinho. No momento da tragédia (Sanchez esteve mal no “timing” e na ação) verificar o comportamento e a interajuda que os catalães e não só tiveram no apoio a todos os níveis, na limpeza, e reconstrução de muitas localidades da comunidade valenciana.
Por último, é importante salientar a força e a convicção que alguns colocam na sua vontade em participar na vida coletiva e no modelo de desenvolvimento das suas terras, apostando com toda a determinação e propostas e… isto (quase) a um ano das eleições autárquicas, as tais que estão e irão dar muito de falar.
Realmente, o patriotismo dos Mishimas tem muito que se lhe diga…
O patriotismo dos Mishimas
“No momento da tragédia (Sanchez esteve mal no “timing” e na ação).”