As diversas partes do olho – humor aquoso, córnea, cristalino e humor vítreo – atuam como um conjunto de lentes cuja função principal é focar a imagem visual, mas de forma invertida, na retina. A curvatura da córnea é fixa, mas a curvatura da lente, o cristalino, ajusta-se graças a pequenos músculos, chamados músculos ciliares, que permitem modificar o seu bojo, aumentando a convexidade e o poder dióptrico para que possamos focar os objetos independentemente das distâncias a que se encontram, como por exemplo ler um livro ou observar uma paisagem, fenómeno conhecido como acomodação.
A quantidade de luz que chega à retina é controlada pela íris, cuja abertura é a pupila. Por seu lado, o cristalino, lente biconvexa, contribui para a refração da luz e é responsável pela capacidade de acomodação do olho, que nos permite focar as imagens na retina. Na retina existe uma pequena zona, 1-1,5 mm de diâmetro, denominada de fóvea, onde a acuidade é máxima e contém apenas cones. Por esta razão, movemos os olhos constantemente, para que os pormenores da cena visual se projetem na fóvea, enquanto as zonas não centrais são captadas com a retina periférica onde abundam os bastões; embora não percecionem os pormenores, deteta-se a presença ou não de um objeto e do movimento.
Os cones são igualmente os responsáveis por iniciar a visão da cor, isto é, a capacidade de discriminar entre diversos comprimentos de onda. Os bastões, em contrapartida, são mais sensíveis à quantidade de luz e relacionam-se com a cisão em condições de iluminação escassa, como por exemplo, durante a noite, quando a luz é excessivamente fraca para excitar os cones. Por isso, com um pouco de iluminação ambiental, ficamos cegos à cor e perdemos a visão foveal. Esta característica dos cones e dos bastões explica o ditado “de noite, todos os gatos são pardos”.
O olho, a retina e o início da perceção visual
Esta característica dos cones e dos bastões explica o ditado “de noite, todos os gatos são pardos”.