O início de uma reforma do Estado português tem de partir da reforma municipal e de um desenhar transversal aos partidos, de uma administração mais coerente e baseada na democracia. Que mudança faria sentido? Obviamente que toda aquela que brota de uma realidade incontestável. Imaginemos a reforma da administração do território com base na redefinição dos municípios. Claro que faz sentido acabar com um município de um território desertificado, com menos de seis mil votantes. Claro que faz sentido subdividir por cada zona de cem mil indivíduos uma capacidade organizativa a que podemos denominar município.
Seria uma afronta juntar Mêda e Trancoso? Juntar Gouveia, Seia e S. Romão? Era um mecanismo de construir dimensão, dar arcabouço financeiro e desse modo poder ser atrativo e concorrencial. Mas o distrito da Guarda, com os seus 14 municípios, não chega a 150 mil habitantes.
O distrito da Guarda tem hoje menos de metade da população que tinha em 1950 e sobretudo tem apenas 12 mil jovens entre os 15 e 24 anos. O distrito podia e devia ser um único município. Esse é o conceito de regionalizar.
Assim Lisboa teria vários municípios, mas desapareciam milhares por esse país, construindo capacidades representativas mais eloquentes.
O município da Guarda
“Claro que faz sentido subdividir por cada zona de cem mil indivíduos uma capacidade organizativa a que podemos denominar município.”