O INTERIOR – Um instrumento de Cidadania

Escrito por Carla Freire

“As autárquicas estão à porta e vamos ouvir várias destas promessas, vê-las concretizadas é uma esperança e lê-las noticiadas no Interior, é um desejo.”

Quero antes de mais parabenizar o jornal O INTERIOR por estes 21 anos de existência e que permitiram que se tornasse um verdadeiro instrumento de cidadania.

Penso ser esse o principal objetivo de um jornal regional, o de manter os seus cidadãos informados sobre os principais acontecimentos políticos e sociais locais, criticando medidas e apontando soluções, despertando a consciência de todos para os seus direitos e deveres, no fundo ser a Voz de cada um.

Apesar de não ter querido perder o comboio da modernidade e também ser um jornal digital regional, imagino que editar um jornal impresso semanalmente ao longo de mais de duas décadas e com uma cada vez maior dependência das pessoas às tecnologias, esteja a ser um desafio.

Olhando para trás, faço, também, uma retrospetiva à minha vida, ao meu regresso à cidade da Guarda (depois de concluir a minha licenciatura), que coincidiu com a data do nascimento deste jornal. Foi aí que conheci o seu diretor e grande parte dos seus colaboradores e, como em praticamente todos os nascimentos, havia um clima de enorme entusiasmo no ar, que recordo com saudade.

Nestes 21 anos O INTERIOR esteve presente no acompanhamento informativo dos acontecimentos mais relevantes que ocorreram na região. E houve de facto mudanças, mas….

Mas estamos cada vez mais mergulhados na nossa interioridade.

O concelho da Guarda perdeu 3.572 habitantes desde 2011.

O despovoamento tem que ter uma causa! Urge encontrar soluções que terão de passar necessariamente por uma política do governo central, visando o desenvolvimento do interior num todo e não intervenções pontuais em cada concelho. Penso que só assim se poderá contrariar esta tendência.

Mas naturalmente que os concelhos, através do poder local, são responsáveis por desenvolver políticas de atração de pessoas, temos de lhes fazer esta exigência.

Mais e melhores transportes, escolas, serviços de saúde, tribunais e, sobretudo, as instituições de Ensino Superior. A aposta num Ensino Superior de qualidade que traga novas dinâmicas sociais e económicas, melhores oportunidades de formação técnica e científica aos seus alunos, novas perspetivas à economia local e à fixação de jovens empreendedores. Só assim que se poderão criar novos empregos diretos e indiretos e permitir a entrada de fluxos financeiros adicionais na economia local.

As autárquicas estão à porta e vamos ouvir várias destas promessas, vê-las concretizadas é uma esperança e lê-las noticiadas no Interior, é um desejo.                                                                    

* Advogada e antiga colaboradora de O INTERIOR

Sobre o autor

Carla Freire

Leave a Reply