O homem que batizou as nuvens

Escrito por António Costa

“Cada nuvem é única e original. Também não podemos resistir a identificar nelas formas humanas, animais ou objetos dos mais diversos. É o nosso cérebro que vê nas nuvens formas reconhecíveis, um fenómeno psicológico chamado pareidolia.”

A observação das nuvens sempre despertou a curiosidade e a imaginação das pessoas. Podemos estar uma vida inteira a olhar para elas e encontraremos sempre elementos novos que despertam a nossa atenção. A variedade de nuvens é extraordinária visto que não encontramos duas iguais. Cada nuvem é única e original. Também não podemos resistir a identificar nelas formas humanas, animais ou objetos dos mais diversos. É o nosso cérebro que vê nas nuvens formas reconhecíveis, um fenómeno psicológico chamado pareidolia.
Apesar desta enorme variedade, muitas partilham características comuns, o que permitiu, em princípios do século XIX, a sua classificação. Em finais de 1802, o farmacêutico inglês Luke Howard deu uma conferência em Londres intitulada “On the Modifications of Clouds”, que se poderá traduzir diretamente como “Sobre as Modificações das Nuvens”, que causou sensação. Nela apresentou uma classificação que depressa foi aceite em todo o mundo. No ano seguinte, em 1803, publicou o seu trabalho em fascículos na revista “Philosophical Magazine”, o que lhe valeu o reconhecimento internacional.
O principal mérito de Howard foi ter conseguido identificar um número simples de formas entre a complexa teia de nuvens variadas. Empregou, além disso, uma metodologia similar à utilizada por Lineu nas suas taxonomias, atribuindo nomes em latim às formas elementares das nuvens.
A classificação de Howard, ligeiramente modificada, foi recomendada na Conferência Internacional de Meteorologia de Munique, em 1891. Mais tarde, começaram a publicar-se as várias edições do Atlas Internacional de Nuvens da Organização Mundial de Meteorologia, a primeira data de 1896, onde as nuvens são descritas em detalhe com o apoio de desenhos e fotografias.
Refira-se, em jeito de conclusão, que os nomes em latim que Luke Howard são os mesmo que continuamos hoje a utilizar.

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António Costa

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