O GPS

Escrito por António Costa

“Como os satélites se movem em relação ao recetor, o seu relógio atrasa-se cerca de sete milionésimos de segundo por dia, por efeito da relatividade restrita.”

Nos últimos anos, o Sistema de Posicionamento Global (em inglês “Global Positioning System” – GPS) tornou-se muito vulgar graças, sobretudo, à popularização dos “smartphones” e dos sistemas de navegação.
O sistema depende de mais de uma vintena de satélites que orbitam a Terra a uma altitude de cerca de 20.000 quilómetros. Dotados de relógios atómicos precisos, esses satélites transmitem, de maneira contínua, a sua posição e tempo, o que permite que um recetor na Terra possa determinar a sua posição com exatidão graças aos sinais que enviam. Para que a localização seja correta é imprescindível que os relógios dos satélites e o do recetor sejam sincronizados. Mas isso apenas é possível se se tiverem em conta os efeitos relativistas.
Como os satélites se movem em relação ao recetor, o seu relógio atrasa-se cerca de sete milionésimos de segundo por dia, por efeito da relatividade restrita. Mas ao estar submetido a um campo gravitacional menor, esse mesmo relógio adianta-se, aproximadamente, 46 milionésimos de segundo, resultando num efeito líquido de 39 milionésimos de segundo.
A diferença pode parecer insignificante, mas deixa de o ser se pensarmos que a luz viaja a 300.000 quilómetros por segundo. Se não dispuséssemos da Teoria da Relatividade para a corrigir, os sistemas de posicionamento acumulariam uma diferença superior a dez quilómetros por dia em relação à posição real na superfície da Terra. Uma distância nada desprezável se andamos à procura de um restaurante.

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António Costa

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