O Direito à minha indignação

Escrito por Jornal O Interior

Parece que temos tão poucos direitos, que vou pelo menos aproveitar este.
Todos nós sabemos que há corrupção no nosso país e que a culpa morre sempre solteira! Mas agora este escândalo de Pedrogão Grande ultrapassou os limites! Felizmente não há só corruptos neste país à beira-mar plantado. Também sabemos que somos um povo solidário, sempre prontos a cooperar na ajuda de alguma tragédia, como foi agora neste caso, dispostos a dar às vezes o que temos e até o que não temos! Mas como não podemos dar diretamente às pessoas atingidas, entregamos às instituições, acreditando que estas cumprem a missão que lhes está destinada. Mas infelizmente algumas aproveitam-se da desgraça alheia em proveito próprio.
Talvez seja eu ingénua, utopista ou demasiado crédula. Porque só acredito nestas maldades, quando vejo provas como as que vi na reportagem da TVI, tanto contra à Câmara Municipal, e agora contra à Cruz Vermelha – instituição que eu acreditava ser idónea e séria.
O município gastou o dinheiro dos contribuintes e benfeitores, reconstruiu casas há muito devolutas, que nem foram queimadas e deixou as verdadeiras vítimas a viver em condições desumanas. Parece que depois da primeira reportagem essas obras pararam. Mas também não avançaram com as outras. Agora é a Cruz Vermelha que deixa apodrecer os donativos quantas vezes dados com sacrifício, e que nunca chegaram a quem deles precisava. A igreja católica, e não só, fez os peditórios a que ninguém ficou indiferente. Os móveis e outros objetos ficaram a apodrecer nos armazéns com a conivência da Cruz Vermelha. E o dinheiro angariado? Segundo diz a reportagem não foi entregue a quem dele precisava!
E agora Senhores Governantes, em quem podemos acreditar? Ainda anão há muito tempo que foi a Cáritas Portuguesa que também deu escândalo e até hoje nada foi esclarecido. Por favor esclareçam-nos melhor, agora neste caso, se não será muito difícil o povo acreditar em qualquer instituição que precise de angariar fundos para os que realmente precisam.

Carminda Escaleira Rodrigues, Guarda

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