Nikola Tesla

Escrito por António Costa

“Ainda que as contribuições deste físico, nos campos da engenharia eletrónica e mecânica, tenham sido significativas, este é pouco conhecido pela sociedade civil. Talvez agora a notoriedade de Tesla possa ter aumentando fruto do seu nome estar associado a uma marca de veículos elétricos.”

Quando nos pedem para enumerar cientistas reconhecidos no campo da Física surgem logo nomes como Newton, Faraday, Edison, Einstein, Bohr, Curie ou Stephen Hawking. Raramente o nome de Nikola Tesla é indicado. Ainda que as contribuições deste físico, nos campos da engenharia eletrónica e mecânica, tenham sido significativas, este é pouco conhecido pela sociedade civil. Talvez agora a notoriedade de Tesla possa ter aumentando fruto do seu nome estar associado a uma marca de veículos elétricos.
Natural de Smiljan, atual Croácia, a relevância científica de Nikola Tesla prende-se com os avanços revolucionários que produziu no campo do eletromagnetismo entre o final do XIX e início do século XX. As patentes de Tesla e o trabalho teórico foram muito importantes para a formação das bases dos sistemas de potência elétrica em corrente alternada, onde se incluem os sistemas polifásicos de distribuição de energia e o motor de indução em corrente alternada. Indivíduo de personalidade excêntrica, Tesla foi colecionando polémicas ao longo da vida. Uma das maiores e que teve mais impacto na sua carreira foi a que manteve com Thomas Edison, quando os dois se encontravam em polos opostos da barricada.
Este debate ficou conhecido como a “Guerra das Correntes”. Num dos polos tínhamos os defensores da corrente alternada, onde se incluía Tesla, no outro lado estava Edison, que defendia a utilização de corrente contínua. A ideia de Edison era eficaz em lâmpadas, mas não servia para transmitir eletricidade a grandes distâncias. Já a ideia da corrente alternada de Tesla era melhor porque, ao variar a intensidade de corrente elétrica, era possível transportá-la a grandes distâncias, sem elevadas perdas de energia.
Este debate ganhou enormes proporções extravasando mesmo os limites da arena científica. Edison começou a desacreditar a tecnologia de Tesla qualificando-a de perigosa. A campanha de descrédito protagonizada por Edison levou-o ao ponto de organizar eletrocussões públicas de animais (onde se incluíam elefantes) e a financiar, secretamente, o desenvolvimento da primeira cadeira elétrica.
A fortíssima campanha de descrédito de que foi alvo em resultado da “guerra” científica que protagonizou com Edison, assim como os comportamentos excêntricos que exibia, como, por exemplo, afirmar que manteve contactos com extraterrestres ou apaixonar-se por uma pomba, contribuíram para uma quase ausência de reconhecimento público. Procurando reconhecer o valor e a importância das contribuições científicas de Tesla, um grupo de admiradores, sob o lema “Vamos construir um maldito museu para Tesla!”, pretende transformar o antigo laboratório de Tesla num Museu e Centro de Ciência.

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António Costa

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