Narrativa da doença

Escrito por Diogo Cabrita

«este modo não vamos sair desta situação antes de setembro ou outubro. Também pode ser que acreditem que quando todos estiverem vacinados a coisa melhora e relaxem»

Os portugueses foram muito além da “troika” e assumem uma postura obsessiva na narrativa de discurso único partidário. Para lá das recomendações da DGS vão sozinhos no carro de máscara. De onde e a quem pegariam o vírus? Levam os filhos/ crianças de máscara aos jardins. Alguns correm nas ruas e florestas de máscara. Nem olhando para o desporto de alta competição aceitam que não é preciso ir tão longe. Depois também aceitam que não foram suficientemente reprimidos e devíamos ter confinado a liberdade mais ainda. Deste modo não vamos sair desta situação antes de setembro ou outubro. Também pode ser que acreditem que quando todos estiverem vacinados a coisa melhora e relaxem. Nem a Pfizer garante isso, mas a sensação subjetiva pode estar moldada pelos media. A narrativa da doença foi construída com televisão à porta de hospitais, com médicos subjugados por um discurso longe de ser sábio. Houve muita idolatria de médicos que se deram ao discurso do medo e do pânico. Nenhum diz aos doentes com cancro as piores notícias. Fomos ensinados a dar esperança, a criar soluções de vida, a combater a doença e a oferecer saúde. Ultimamente oferecem dor, sofrimento, ansiedade. Uns mentem, mesmo com dados transparentes e públicos na Pordata e na DGS. Fixem esta verdade que podem ir ler na DGS: em Portugal, em 2020 e 2021 «não morreram mais pessoas com menos de 50 anos que noutros anos anteriores». Mas há uma coisa tremenda: nasceram muito menos crianças em 2020/ 2021que em anos anteriores. O medo gerou um “gap” no futuro! Há milhares que não viveram, que vão fazer falta lá para a frente. Sinto que a regulamentação do discurso, a perseguição aos pensamentos críticos ou com dúvida, para muitos deviam ser mais atacados ainda. Não se importam com a proposta de nos calar que fez o inefável deputado Magalhães… Filmem alegria. Filmem nascimentos. Filmem namorados. Alternativa é no fim da pandemia passarem a colocar as câmaras na porta das unidades de AVC e nos cuidados paliativo do IPO. De aí falará o pneumologista Frois, o matemático Antunes, o incompreensível Guimarães. Temos de encontrar saída para este medo e uma porta para ser felizes!

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Diogo Cabrita

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