Michael Faraday e a popularização da ciência

Escrito por António Costa

“Faraday é um dos melhores experimentadores da história da ciência. A lista de conquistas científicas por si alcançadas é esmagadora: passou o cloro, o amoníaco e outros gases ao estado líquido; descobriu o benzeno; descobriu a indução eletromagnética; concebeu a chamada gaiola de Faraday, que isola os campos elétricos superiores; descobriu as duas leis da eletroquímica, que têm o seu nome; descobriu a rotação do plano da luz polarizada sujeita a um campo magnético e muitas mais. “

Michael Faraday (1791-1867) nasceu em Newington Butts, então uma povoação limítrofe de Londres (hoje integrada na cidade). O seu pai era ferreiro e as dificuldades da vida rural tinham obrigado a família a emigrar para os subúrbios da grande cidade. A sua família pertencia a uma seita cristã protestante, os sandemanianos, que levavam uma vida muito austera, em comunidade, e não reconheciam a autoridade arcebispal. Faraday aprendeu a ler e a escrever na catequese e entrou para uma gráfica, como aprendiz, aos 13 anos. Aí, Faraday começou a ler durante a noite os livros de ciência que lhe iam parar às mãos. Começou por interessar-se por química e a assistir às conferências para o grande púbico que o famoso químico da época, sir Humphry Davy, dava na Royal Institution, um reputado centro de investigação londrino. Faraday conseguiu que sir Davy o contratasse como assistente e começou com ele uma longa carreira científica. Em 1827, Faraday foi nomeado professor da Royal Institution e aí permaneceu o resto da vida.
Faraday é um dos melhores experimentadores da história da ciência. A lista de conquistas científicas por si alcançadas é esmagadora: passou o cloro, o amoníaco e outros gases ao estado líquido; descobriu o benzeno; descobriu a indução eletromagnética; concebeu a chamada gaiola de Faraday, que isola os campos elétricos superiores; descobriu as duas leis da eletroquímica, que têm o seu nome; descobriu a rotação do plano da luz polarizada sujeita a um campo magnético e muitas mais.
Para além de ser um excelente experimentador, Faraday também era um conceituado divulgador de ciência. A sua ideia para a divulgação de ciência passava por apresentar atividades científicos, com toda a profundidade teórica, num ambiente diferente dos laboratórios tendo como objetivo estimular e, principalmente, despertar nos jovens a vontade de aprender a “treinar” ou “disciplinar a mente”, como um processo educativo. Destaco dois empreendimentos educacionais eminentemente bem-sucedidos de divulgação da ciência, promovidos por Faraday. As “Friday Evening Discourses” para os membros da Royal Institution e seus convidados e as “Christmas Lectures” (Juvenile Auditory) para jovens e crianças. A primeira edição das “Christmas Lectures” decorreu no Natal de 1826, sendo ministradas por J. Wallis com o título “Astronomy”. Passado um ano, Faraday realiza a sua primeira “Christmas Lectures” intitulada “Chemistry”. Saliente-se que estas duas atividades ainda se realizam nos dias de hoje.
Estes empreendimentos, em especial, as “Christmas Lectures”, refletiam a ideia de Faraday de estimular um debate contínuo sobre o papel da ciência como base para o progresso tecnológico; argumentos que considerava inerente ao estudo da ciência para fomentar a educação e bem-estar.

Ciencia

Créditos da imagem: https://www.mcgill.ca/oss/article/history/ celebrating-christmas-science

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António Costa

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