O melanoma é um tumor maligno dos melanócitos (células da pele que produzem pigmento), constituindo o tipo mais grave de cancro de pele. Em Portugal estima-se que surjam cerca de 700 casos anualmente, sendo que a sua ocorrência aumenta com a idade e é rara na criança. Existem alguns fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver melanoma: história familiar ou pessoal de melanoma, exposição a radiação ultravioleta, sistema imunitário enfraquecido, queimaduras solares graves, pele clara, muitos sinais comuns (mais de 50) ou nevos displásicos.
O primeiro sinal de melanoma pode ser frequentemente uma alteração no tamanho, forma, cor ou textura de um sinal existente ou uma ferida que não cura. Em geral, trata-se de uma lesão com bordos irregulares e cores heterogéneas (áreas mais escuras e outras menos pigmentadas). O melanoma pode ocorrer em qualquer localização da pele e também noutras partes do corpo como mucosas ou olhos. No entanto, nas mulheres as lesões localizam-se maioritariamente nas pernas e no homem no tronco, pescoço e cabeça.
É importante realizar um autoexame da pele para verificar se tem alterações que devem ser avaliadas por um médico. Para auxiliar esta autovigilância pode utilizar-se a sigla “ABCDE”: Assimetria, Bordos irregulares, Cor desigual, Diâmetro (tamanho) e Evolução (alteração do sinal ao longo do tempo). Deve observar-se toda a pele (incluindo costas, couro cabeludo, unhas, etc.) numa zona bem iluminada e estar atento a qualquer alteração. O diagnóstico precoce é fundamental, existindo tratamento mais eficaz numa fase inicial. Em caso de dúvida ou preocupação com a pele deve ser avaliada em consulta médica.
* Médica interna de Medicina Geral e Familiar na USF “A Ribeirinha”. Orientadora de formação Dra. Marina Ribeiro, médica especialista em Medicina Geral e Familiar na USF “A Ribeirinha”
NR: A rubrica “ABC Médico” é da responsabilidade do grupo de Internato Médico da ULS da Guarda e pretende aumentar a literacia em saúde na área do distrito da Guarda. O objetivo desta coluna mensal é capacitar a comunidade a fazer parte integrante do seu processo de saúde/doença, motivando-a para comportamentos de vida saudáveis e decisões adequadas. Para tal, são escolhidos temas pertinentes que serão apresentados por ordem alfabética.